2 de outubro de 2012

Sem barreiras - Karen Gomes


Recentemente, eu tive a oportunidade de visitar o Inhotim – Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico. Mantendo a mente aberta e a sensibilidade à flor da pele, foi possível refletir profundamente sobre algumas das obras expostas e, a partir delas, até extrair aplicações para nossa vida cristã.

É o caso da obra Através, de Cildo Meireles, que se trata de uma coleção de materiais e objetos utilizados comumente para criar barreiras, com os mais diferentes tipos de usos e cargas psicológicas: de uma cortina de chuveiro a uma grade de prisão, passando por materiais de origem doméstica, industrial, institucional. A experiência vivida em relação a essa obra me remeteu à comparação da vida cristã com uma corrida apresentada em 1 Coríntios 9:26 – “Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar” e em 1 Coríntios 9:24 – “Corram de tal modo que alcancem o prêmio”.

Porém, essa corrida pode apresentar algumas barreiras. Uma delas pode ser o véu do santuário, explicitado em Êxodo 26:33 – “Pendurarás o véu debaixo dos colchetes, e porás a arca do testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo” e que exigia um intermediário na relação dos homens com Deus. Porém, essa barreira já caiu, já que, com a morte de Jesus na cruz, o véu do templo se rasgou de alto a baixo (Mateus 27:51). Agora, temos livre acesso ao Pai e Cristo é o único mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2:5).

Outra possível barreira é o pecado. Afinal, quando o homem caiu, fomos separados da convivência diária com Deus e expulsos do Jardim do Éden: Gênesis 3:23-24 – “O SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida”. Além disso, Isaías 59:2 afirma: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça”. Contudo, essa barreira já foi derrubada por Cristo para os que creem nEle: Romanos 8:1 – “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”.

A falta de conhecimento do próprio Deus também é uma barreira, já que é difícil termos um verdadeiro relacionamento com quem não conhecemos e isso pode nos destruir, como afirma Oséias 4:6 – “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”. Entretanto Jeremias 33:3 nos oferece o trampolim para saltar essa barreira: “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes”.

Tome posse da superação de cada uma dessas barreiras e vença os obstáculos da nossa vida cristã. Afinal, o prêmio dessa corrida vale MUITO a pena: 1 Coríntios 9:25 - Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. Filipenses 3:14 - Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

por Karen Gomes

18 de setembro de 2012

Somos pessoas voltados para pessoas

Ao longo dos anos tenho escutado que os cristãos estão em busca de sua identidade. Mesmo respeitando a individualidade e personalidade de cada um, creio que a nossa identidade está descrita em João 13:35: "Todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros".

Cada um de nós mantém sua individualidade como marca de criação de Deus, pois cada pessoa é única, mas existe uma peculiaridade no povo de Deus que é o nosso RG: o amor. Nosso comportamento e estilo de vida devem estar alinhados com o que somos em Cristo, ou de acordo com o que Cristo é em nós.

Portanto, nossa identidade revela que somos de Deus, chamados por Deus para conhecê-lo, glorificá-Lo, mostrar quem Ele é para um mundo perdido e para amarmos uns aos outros. Não podemos ser cristãos apenas quando nos encontramos nos templos (cantando as músicas, contribuindo com alguma coisa qui e ali e esperando para ser ministrado), mas ser Igreja fora dos portões da igreja. Precisamos deixar de amar prédios, bancos, cadeiras, instrumentos e programações, mesmo sendo tudo isso necessário. Precisamos amar as pessoas. Essa deve ser a direção, caminho e endereço do nosso amor: pessoas de perto ou longe, conhecidas ou não, ricas ou pobres.

As pessoas que se voltam para outras pessoas são aquelas que estão dispostas a abrir mão do conforto, deixar de lado conceitos, abolir preconceitos, doar-se mais do que doar; investir tempo e recursos. Mesmo que, no conceito de outros, essas atitudes pareçam um desperdício de tempo, não resultem em lucros financeiros e crescimento da nossa igreja local.

Jesus, nosso principal e talvez único exemplo, investiu tudo: tempo, vida, reino, deixou de ganhar dinheiro, lavou os pés da galera que andava com Ele, repartiu os pães e peixes que ganhou e abriu mão da sua Glória para que o ser humano conhecesse o amor verdadeiro. Ninguém amou como Ele amou! Ele nos desafia a sermos uma geração de pessoas voltadas para pessoas, conhecidos pelo nosso amor. Vamos nessa?

Pr. Silvio Medeiros

* texto publicado na FanZine Underground - setembro de 2012

13 de setembro de 2012

Newsletter #7

Para conferir a última newsletter do Projeto Eu Amo BH e Oro, clique no seguinte link: http://pt.calameo.com/read/00128511191127cf502ae

Não deixe de ler!

4 de setembro de 2012

Eu não quero ser crente - Jéssica Dutra


“É difícil tolerar os ‘cristãos’. Não sei como Jesus os tolera.” Bono

Eu não sei se é só eu que acho, mas se existe um povo chato, esse grupo chama-se “OS CRENTES”. Eles são bons; eles nasceram pra vencer. Eles vão morar no céu, eles vão "saquear o inferno". Como são bonitos os seus discursos. Como eles falam com ‘poder e autoridade’, não é!? É impressionante como SOMOS legalistas. Julgamos o pecado do irmãozinho que está do lado porque sempre somos melhores. Vivemos o que os pastores falam. É claro! É mais fácil acreditar do que estudar e conhecer a Palavra de Deus.

"Propôs também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo para orar; um fariseu, e o outro publicano.
O fariseu, de pé, assim orava consigo mesmo: Ó Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda com este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, o pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Lc 18:9-14)

Fariseus… Somos nós, os crentes! Os que buscam um púlpito, os que buscam um ministério, afinal, só tem um relacionamento com Deus quem é líder de alguma coisa, ou amigo de pastor, sei lá! Acho que devemos estudar mais a Bíblia e deixar de lado todo esse sensacionalismo crentês. Estudar as escrituras e deixar Deus falar diretamente com a gente. A nossa fé precisa ser racional (escandalizou? Foi mal!) . Deus não morreu na Cruz pra te dar aquele carro ou aquele emprego. Ou talvez aquele casamento hiper abençoado. Ah! Há quem diga que isso é conseqüência. Mas e se não for?! Você vai ficar decepcionado com Deus?! Olha que vai, hein?! A nossa tendência em não pensar e ser levado pela religião nos cerca. Beleza! É ruim pra todo mundo, mas cabe a nós não conformarmos com esse ‘sistema’ e buscar a Deus. Do seu jeito, sem necessariamente ir à igreja, sem precisar tentar comprar a Presença Dele com um jejum ou com obras. A coisa é muito mais simples, mais fácil. Bom, é isso! Que estejamos atentos à Voz daquele que direciona as nossas vidas.

Deus oriente.

por Jéssica Dutra

28 de agosto de 2012

Cristianismo é Cristo

É incrível como muitas pessoas pensam que a essência do cristianismo é crer no credo, viver uma vida reta ou ir à igreja. Todas essas coisas são importantes, mas não representam a centralidade de Cristo. Elas precisam ler a Carta de Paulo aos Filipenses, especialmente o capítulo 1, versículo 21, que diz: "Para mim, o viver é Cristo".

O apóstolo amplia essa afirmação no capítulo 3, onde ele faz uma espécie de levantamento de perdas e lucros. De um lado, ele coloca tudo que poderia ser considerado como lucro - sua descendência, linhagem e educação; seu zelo religioso e sua justiça legalista. Do outro, ele coloca apenas uma palavra: Cristo. Depois de pesar tudo cuidadosamente, ele conclui: "Considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor" (v. 8). "Conhecimento de Cristo" é uma afirmação que aparece várias vezes no Novo Testamento e inclui um relacionamento pessoal com Cristo.

A seguir, o apóstolo continua: "Por quem perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo" (v. 8). Aqui, ele compara Cristo a um tesouro que alguém pode "ganhar".

Paulo continua: "e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da Lei, mas a que vem mediante a fé" (v. 9). Esse é um versículo complicado, que precisa ser esclarecido melhor. Deus é justo. Portanto, é lógico que para entrarmos em sua presença devemos ser justos também. Só há duas maneiras possíveis de fazer isso. Uma é estabelecer a nossa própria justificação por meio da obediência à lei, o que é impossível. Outra é aceitar a justificação como um dom de Cristo, que morreu por nós, e confiarmos nele.

Assim, quanto à salvação, nós nos gloriamos em Cristo Jesus e não confiamos em nós mesmos. Cristianismo é Cristo - é conhecer a Cristo, ganhar a Cristo e confiar nele.

"Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas." (Filipenses 3:7-8)

John Stott

*Texto publicado no livro A Bíblia Toda, O Ano Todo

21 de agosto de 2012

Controle, caminhos e conselhos - Marina Senra


Gosto de ter o controle na minha mão. Não o controle remoto, apesar de gostar desse também. Falo sobre o controle de tudo, da minha vida, das minhas escolhas, do que quero ou não fazer. Gosto de saber que as coisas estão acontecendo do jeito que eu planejei e que não há espaço para imprevistos.
Claro, não é assim todo o tempo. Os tais imprevistos aparecem, às vezes conseguem nos tirar do sério e nos forçar a fazer malabarismos para chegar ao objetivo inicial. Mas, espere um pouco: se isso acontece quando estamos com o controle da nossa vida nas nossas mãos, por que cargas d’água não passamos esse controle para alguém mais experiente, e que vai saber lidar com os imprevistos sem ficar com vontade de bater em alguém ou em si mesmo, como costuma acontecer conosco?
Há alguns dias, li os seguintes versículos:
“Mas o meu povo não quis ouvir a minha voz, e Israel não me quis. Portanto eu os entreguei aos desejos dos seus corações, e andaram nos seus próprios conselhos.” (Salmo 81: 11-12)
Deus aparece falando sobre o povo de Israel, que não quis ouvir à voz de Deus, e nem seguir suas ordenanças. Simplesmente, se viraram para Deus e falaram que sabiam melhor das coisas, que o controle deveria continuar nas mãos do povo, humanos miseráveis e que não sabem a hora em que estão com fome. Talvez tenham insistido tanto, que Deus os deixou em paz. Deus, como o Senhor educado que é, deixou com que o povo seguisse seu próprio caminho e guardou Seu plano inicial, que prometia bênçãos e ajudas.
Ok, talvez você pense que coordenar seus próprios passos, sem ter que dar satisfação para ninguém, é a melhor coisa da galáxia. Mas, pense um pouco: o caminho de Deus pode ser estreito e difícil, mas, desde o início da caminhada até o fim, contamos com uma ajuda celestial sem precedentes. O nosso caminho, entretanto, é um caminho solitário, que só vai funcionar enquanto tivermos forças em nossos braços. E quando essa força terminar? #ComoFaz
Como é terrível quando Deus nos deixa seguir o nosso próprio caminho. Quando Ele se dá conta de que nós não queremos a ajuda dEle, porque achamos que damos conta do tranco. Ele libera o caminho, o nosso caminho, e nós nos entregamos às nossas vontades. 
Por mais difícil que seja, é melhor que Deus seja o dono do controle. É melhor, infinitamente melhor, que Ele NÃO nos deixe seguir o NOSSO caminho. É melhor que nós tenhamos que abrir mão de sonhos e conforto, e ver a consequência disso mais tarde. O caminho de Deus é um caminho de entrega e renúncia, enquanto o nosso caminho aparenta ser de vontade própria e sonhos realizados conforme o nosso querer. Um engano fatal, que pode nos fazer andar em passos errantes.
Deus completa dizendo: “Oh! se o meu povo me tivesse ouvido! se Israel andasse nos meus caminhos! Em breve abateria os seus inimigos, e viraria a minha mão contra os seus adversários. Os que odeiam ao SENHOR ter-se-lhe-iam sujeitado, e o seu tempo seria eterno. E o sustentaria com o trigo mais fino, e o fartaria com o mel saído da rocha.” (Salmo 81: 13-16). 
Que os passos de Cristo nos guiem por um caminho apertado e que o NOSSO caminho se submeta ao dEle. Que Deus nunca nos deixe andar conforme os nossos conselhos. Que sejam os conselhos dEle a nos ensinar e fazer morrer a nossa vontade, aceitando uma vontade boa, perfeita e agradável, que só poderia vir daquele que não vai nos deixar com a força do nosso próprio braço.
Afinal de contas, Ele é a força que nos faz caminhar. 

por Marina Senra



14 de agosto de 2012

Ouvir e falar - Karen Gomes


Em Lucas 8:8c, Jesus diz: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Se estivermos sensíveis e prestarmos atenção ao Espírito Santo de Deus que habita em nós, poderemos tirar lições valiosas até mesmo de situações cotidianas. E é sobre uma dessas situações que eu quero falar hoje.

Eu estava tranquila assistindo um seriado e, em um dos episódios, um personagem secundário queria fazer um protesto. Como o prefeito da pequena cidade do interior não permitiu que o protesto fosse feito em praça pública, o rapaz conseguiu autorização para protestar na igreja local, que servia de templo para duas religiões monoteístas. Ao questionar essa autorização, o prefeito tentou argumentar que Deus certamente não aprovava tal permissão. Diante disso, os dois líderes religiosos se assustaram e, ao mesmo tempo, passaram a brincar com o prefeito dizendo que era impossível Deus ter falado isso com ele porque Deus não fala com as pessoas.

Essa cena chamou muito a minha atenção. Afinal, ainda que personagens de uma história fictícia, como seria possível dois líderes religiosos desconfiarem do relacionamento do Deus que eles dizem servir com aqueles que O buscam?

O Deus que servimos é vivo e se interessa em ter relacionamento como um pai que tem convívio diário com os filhos. E é a Bíblia Sagrada que me afirma isso: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome” (João 1:12).

Mas esse relacionamento é de mão dupla: “E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á.” Lucas 11:9-10. “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” 2 Crônicas 7:14

Diante de tudo isso, só posso deixar uma reflexão: você já falou com Deus hoje?

por Karen Gomes

9 de agosto de 2012

Crescendo com (e em) amor - Dani Nogueira


Prezo muito o crescimento espiritual. Como cristã alcançada pela graça, e até por meio dela mesmo, quero sempre aprender mais e mais. Creio que esse é um objetivo não somente meu, mas de muitos jovens leitores.

Entretanto, sei que corro um risco. Ao buscar conhecer mais o mundo espiritual eu posso, ironicamente, me esquecer da graça. Talvez não na teoria, visto que é meu tema preferido de pesquisa. Mas, na prática, posso me esquecer dela com uma facilidade assustadoramente grande.

Pense no mundo acadêmico. Quanto mais uma pessoa sabe sobre um determinado assunto, melhor ela quer conhecer esse assunto. E, a partir daí, ela pode tomar dois rumos: pode aproveitar seu conhecimento para ajudar outras pessoas a dominarem esse assunto, ou pode humilhar as pessoas que ainda não estão no mesmo nível de formação e/ou conhecimento dela.

A verdade é que, no segundo caso, a pessoa pode afirmar que o conhecimento é precioso demais para ser dividido e simplificado para mentes menos qualificadas. Mas é no primeiro caso, em que o conhecimento é de fato valorizado, que a pessoa realmente demonstra amar e entender aquilo que estuda, além de seu interesse em compartilhar aquilo que sabe com o maior número de pessoas possível.

Creio ser exatamente esse o significado da oração de Paulo em sua carta aos Filipenses: “Minha oração é que cada vez mais vocês transbordem de amor, e que, ao mesmo tempo, continuem a crescer em conhecimento e compreensão espiritual” [Fp 1.9]. É interessante a forma como Paulo fala primeiro fala do amor para depois falar de conhecimento e compreensão espiritual.

A graça, a meu ver a mais pura expressão do amor divino, deve sempre pautar nossas ações, deve ser sempre nossa prioridade.

Que por meio dela e por causa dela busquemos nos aprofundar em conhecimento e compreensão espiritual, porque, senão, corremos o risco de buscarmos esse conhecimento de forma vazia e desproposital. Afinal, não há valor e vantagem em conhecer mais o mundo espiritual se não for para transmitir melhor a graça. E, na verdade, “conhecer e compreender” mais o mundo espiritual sem com isso demonstrar mais graça não é, de fato, conhecer e compreender mais esse mundo. Porque quanto mais perto chegarmos da fonte, mais iremos ansiar em espalhar o fruto que ela produz.

por Dani Nogueira

2 de agosto de 2012

Cristãos em fuga

"Dentro do peixe, Jonas orou ao Senhor, o seu Deus. E disse: 'Em meu desespero clamei ao Senhor, e ele me respondeu. Do ventre da morte gritei por socorro, e ouviste o meu clamor'" (Jonas 2:1-2)

A missão de Jonas permitiu que ele fosse privilegiado com experiências únicas. Ele foi o primeiro homem a andar de submarino e a dormir numa cama de espuma, feita de cartilagem de peixe. 

Não acho que Jonas tenha ficado impressionado. 

Como ele se sentiu dentro do peixe? Desesperado, sem dúvida. Percebemos isso em sua oração.

Há algumas pessoas que acreditam que Jonas morreu e ressuscitou. Outros argumentam que Jonas sobreviveu mesmo três dias dentro do peixe e citam exemplos históricos. Se ele morreu ou não, não é isso que importa. A realidade é que Jonas pensou que tivesse morrido. Quando ele foi jogado ao mar, acreditava que fosse o fim de sua jornada. Ao menos, ele provavelmente pensou, não teria que ir para Nínive. 

Dentro do peixe, Jonas podia fazer somente uma coisa: orar. Então a maior fraqueza de Jonas se tornou o seu ponto forte. Ele não tinha mais força física. Não tinha mais como fugir de Deus. Tinha perdido tudo. No seu desespero, Jonas orou. Não havia força suficiente. "Das profundezas da morte", ele orou. Jonas clamou por socorro, e Deus escutou.

Jonas provou que você pode orar a qualquer hora, não importa onde esteja. Deus escuta! E Deus não riu da oração de Jonas.

Ele estava fugindo da presença de Deus. Mas Jonas descobriu que não se pode escapar da presença de Deus. "Para onde poderia eu escapar do teu Espírito", escreveu o salmista. "Para onde poderia fugir de tua presença? Se eu subir aos céus, lá estás; se eu fizer minha cama na sepultura, também lá estás" (Sl. 139:7-8). Você não pode ir mais fundo que Jonas, sacudindo violentamente no peixe enquanto este nadava pelo mar turbulento.

Não vale a pena fugir de Deus. Espero que você não esteja fugindo de Deus. Jesus não vai impedir a sua fuga, mas essa fuga será muito solitária. Será muito escura. Será muito perigosa. E você não escapará dele. 

Deus persistiu em trabalhar com Jonas em consideração a Nínive. Todavia há situações em que Deus deixa a pessoa fugir. Lembre-se do triste caso do jovem rico que veio a Jesus. Jesus lhe disse: "Vá, venda os seus bens, e dê o dinheiro aos pobres. Depois, venha e siga-me". O jovem rico não pôde fazer aquilo e foi embora. Nosso Senhor nunca foi atrás dele para tentar convencê-lo a mudar de opinião (Mateus 19:16-24).

Portanto, seja cuidadoso. O dinheiro ou o sucesso, o namoro ou a carreira, algo pode levar você para longe do chamado do Senhor. Você pode fugir. Ou você pode clamar a Deus. Se você chamar pelo Senhor, Ele estará lá.

"A medida da minha miséria quando me afasto de Deus é proporcional ao meu conhecimento de Deus, quando andava com ele" (Oswald Chambers)

Irmão André, fundador do ministério Portas Abertas

*Devocional publicado na revista Portas Abertas, Vol. 28 nº 7

26 de julho de 2012

Somos pessoas de oração

Um dos assuntos bíblicos mais importantes e talvez o mais difícil de escrever é a oração. Oração não se explica, oração se vive. Para o cristão, viver é orar, orar é viver, e isto se dá "em todo tempo". Orar é estar em comunhão com o Pai. Orar é viver um relacionamento significativo com Ele, é viver em constante oração. Pensar em oração é pensar necessariamente um relacionamento entre um Deus amoroso e seus filhos e também entre eles, quando oram ao Pai em favor de seus irmãos.

Certa vez, o teólogo e psicólogo holandês Henry Nouwen, em meio à crise que passava, buscou refúgio em um lugar isolado com o objetivo de orar distante de toda a agitação que lhe cercava. Lá, percebeu um dos pontos importantes acerca da oração. Conforme seu próprio relato: "Algo mudou em mim. Eu não queria mais escrever sobre o coração de Jesus. Em meu próprios coração comecei a discernir um desejo real de falar ao coração de Jesus...um convite para deixar o coração de Jesus tocar profundamente meu próprio coração e curar-me".

No texto de Mateus 11:28-30, percebemos que a oração é um convite a todos que notam sua miserabilidade, cansaço e que desejam descanso para a alma. É o próprio Jesus que nos convida ao encontro de profunda intimidade com o Pai. Não é uma iniciativa humana, fruto de nosso desejo.

O Novo Testamento também nos incentiva à oração comunitária, a oração que se faz em comunhão com o Corpo. Quando olhamos Atos 1:14, percebemos uma igreja unida, homens e mulheres perseverando em oração.

Mas nem todos perseveraram. Em 1 Coríntios 15:6, Paulo relata que Jesus foi visto por mais de 500 irmãos de uma só vez, mas em Atos 1:15, Pedro se levanta na Assembleia composta por cerca de 120 pessoas. Veja, não são mais 500, agora são apenas 120 perseverando juntos em oração.

Jesus não os obrigou a perseverar, não os intimidou, muito menos negociou a promessa do Pai; pelo contrário, deixou o caminho aberto para todos que desejarem esta promessa, para que venham ao Seu encontro. Com o coração manso e humilde, Jesus espera por Seus filhos. Em João 6:68, Pedro explicou a razão de não deixar de ir ao encontro do Mestre: "Se não formos a Ti, a quem iremos nós? Só tens palavra de vida eterna, para onde iremos?".

O convite do Senhor é claro: "Vinde a mim, todos. Vinde, a fim de que sejamos um, assim como Eu e o Pai somos um". Encontrar-se com Ele em resposta ao seu convite é uma experiência transformadora que nos deixa cada dia mais parecidos com seu Filho, Jesus Cristo.

Pr. Ricardo Bitun

*Texto publicado no FanZine Underground - agosto/2012

25 de julho de 2012

Newsletter #6

Saiu a nova edição da newsletter do Projeto BH. Com estudos, dicas e notícias, a newsletter continua informando mais sobre a nossa cidade e sobre a agenda do Projeto.
Confira!
http://pt.calameo.com/read/001285111b5543934e0f1

19 de julho de 2012

Com intensidade/Com todas as minhas forças - Carol Santana


O estudo que segue abaixo, é na realidade uma palavra que ministrei na célula que lidero aos sábados na minha igreja. Tudo começou quando passei a escutar sem parar a música With Everything do Hillsong United. Para escutá-la, clique aqui.

Desde então Deus tem falado continuamente ao meu coração sobre viver com intensidade.Fui olhar no dicionário o significado de intensidade: Que se manifesta em alto grau, forte, enérgico, veemente.

Olhei também o significado de força: Esforço, intensidade, necessidade, impulso, auge.

A Bíblia nos fala sobre um homem que viveu ao máximo o significado dessas palavras:
"Davi vestindo o colete sacerdotal de linho, foi dançando com todas as suas forças perante o Senhor, enquanto ele e todos os israelitas levavam a arca do Senhor ao som de gritos de alegria e de trombetas. Aconteceu que, entrando a arca do Senhor na cidade de Davi, Mical, filha de Saul, observava de uma janela. E ao ver o rei Davi dançando e celebrando perante o Senhor, ela o desprezou em seu coração." (2 Samuel 6:14-15)

"Voltando Davi para casa para abençoar sua família, Mical filha de Saul saiu ao seu encontro e lhe disse: Como o rei de Israel se destacou hoje, tirando o manto na frente das escravas de seus servos, como um homem vulgar! Mas Davi disse a Mical: Foi perante o Senhor que eu dancei, perante aquele que me escolheu em lugar de seu pai ou de qualquer outro da família dele, quando me designou soberano sobre o povo do Senhor, sobre Israel; perante o Senhor celebrarei e me rebaixarei ainda mais, e me humilharei aos meus próprios olhos." 2 Samuel 6.20-22

Davi dançou com todas suas forças na presença de Deus. Ele não se importou com a opinião do povo a seu respeito. Ele estava no início de seu reinado em Israel, e mesmo assim se humilhou na presença de Deus.

Quantas vezes perdemos a chance de louvar a Deus com tudo? Quantas vezes não sentimos vergonha do que os outros irão pensar a nosso respeito? Davi foi discriminado por sua própria esposa!  Mas, será que a opinião dos outros a nosso respeito vale mais do que a opinião de Deus?

Sirva a Deus com intensidade.

"Faça todo o possível para conseguir a completa aprovação de Deus, como um trabalhador que não se envergonha do seu trabalho, mas ensina corretamente a verdade do evangelho." 2 Tm 2.15 NTLH

Ame a Deus com intensidade.

"Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças." Marcos 12.30

Viva com intensidade!

por Carol Santana

17 de julho de 2012

Treinamento - Jônatas Kaizer


O treinamento é uma forma de aprimoramento e desenvolvimento das pessoas, visando melhor capacitação, aquisição de conhecimentos e habilidades. Para se alcançar o objetivo final, vários testes são realizados, e a dificuldade se eleva gradualmente. Várias áreas da sociedade utilizam métodos de treinamentos, seja na Administração, Esportes, Medicina, Universidades, Escolas, etc. O treinamento de sucesso é aquele que torna o candidato apto para enfrentar qualquer situação.

A Bíblia nos relata um jovem sendo treinado por Deus. Davi, filho de Jessé, um jovem pastor, que era responsável por cuidar das ovelhas da família. Deus estava preparando esse jovem para grandes coisas, porém ele deveria ser treinado, lapidado, e assim estaria apto para realizar a vontade de Deus.

Naquela época, os homens fortes e hábeis eram recrutados para o exército de Saul, o rei. O reino estava em guerra contra os Filisteus. Davi, porém estava cuidado do rebanho. Ele poderia estar chateado e inconformado por não estar na batalha, contudo ele realizava suas tarefas de modo exemplar.

Em algumas ocasiões no campo, as ovelhas eram ameaçadas por alguns predadores, leões, ursos, lobos. Entretanto, Davi estava pronto para defendê-las, e lutava contra os perigos. “Davi, entretanto, disse a Saul: "Teu servo toma conta das ovelhas de seu pai. Quando aparece um leão ou um urso e leva uma ovelha do rebanho, eu vou atrás dele, atinjo-o com golpes e livro a ovelha de sua boca. Quando se vira contra mim, eu o pego pela juba, atinjo-o com golpes até matá-lo” [1 Samuel 17:34-35]. Deus o estava capacitando para lutas maiores.

Certo dia, seu pai Jessé lhe enviou para obter notícias a respeito de seus irmãos, e Davi obedeceu. Sendo zeloso e responsável, “Levantando-se de madrugada, Davi deixou o rebanho com outro pastor, pegou a carga e partiu, conforme Jessé lhe havia ordenado. Chegou ao acampamento na hora em que, com grito de batalha, o exército estava saindo para suas posições de combate” [1 Samuel 17:20].

Chegando ao campo de batalha, Davi e todo povo de Israel foram desafiados pelo campeão Golias, um guerreiro alto, forte e destemido. Desafiou o povo para um duelo, mas o povo estava sem coragem, não estavam preparados para tal desafio. Exceto um, Davi.

O jovem Davi se dirigiu ao rei, e lhe pediu permissão para lutar contra o gigante, afirmando que poderia derrotá-lo. Ele havia sido treinado por Deus e estava pronto para os desafios. “Teu servo é capaz de matar tanto um leão quanto um urso; esse filisteu incircunciso será como um deles, pois desafiou os exércitos do Deus vivo” [1 Samuel 17:36].

Davi venceu o gigante, pois confiava no Senhor, e foi treinado por Ele. Seu treinamento não terminou nessa ocasião. Deus queria colocá-lo em um posto mais alto, sendo assim, gradualmente ele foi submetido a testes cada vez mais árduos. Deus o colocou no comando de um exército de mil homens. Depois ele se tornou responsável por Judá. Por fim, Deus o colocou como rei sobre todo Israel. As lutas e dificuldades que Davi enfrentou eram parte do treinamento de Deus, ele estava sendo capacitado e forjado para cumprir o propósito do Senhor.

Semelhantemente, nós estamos sendo treinados por Deus, para que possamos cumprir a boa, perfeita e agradável vontade d’Ele. Então não desista das lutas, seja forte e corajoso, pois o Senhor está com você.

por Jônatas Kaizer

12 de julho de 2012

A verdade é... - Marina Senra


E quando a gente está cansando?

Assim, desse tipo que nem sair da cama você quer.

Pense em uma segunda-feira de manhã.

Pensou?

Quando o despertador apita às seis da manhã e você fica com aquela vontade louca de quebrar o aparelho e voltar a se enrolar debaixo dos 300 cobertores que estão ali, quentinhos e pertinho de você.

Isso acontece muito.

E, às vezes, nem é preciso de uma segunda de manhã para nos deixar desse jeito.

O que fazer?

Enfiar a cara no travesseiro? Jogar água gelada no rosto para acabar de acordar? Se afogar em um balde de café?

E quando esse cansaço nos acompanha? Final-de-semana chega e você já está se arrastando, caindo aos pedaços e, pá!, você se lembra que tem igreja. Lembra também que mal deu para orar durante a semana que passou e que seu status atual é “Bíblia? O que é Bíblia?”.

Você está simplesmente cansado. Precisando dar uma parada, uma avaliada.

Suas opções não são as melhores: filme repetido na sessão da tarde ou uma volta na pracinha que fica em frente à sua casa. O filme é muito chato e está muito frio para sair de casa. O que fazer?

Parado, sentado na sua cama, você percebe que, na verdade, seu coração não anda lá muito bem. É como se ele estivesse quebrado, meio frio, talvez. Você sabe que está na hora de remendar algumas coisas, deixar as preocupações de lado e sair dessa coisa automática que você entrou há sabe-se lá quanto tempo.

Quem vai te ajudar nisso?

O pastor? Seu pai? Sua família de doidos? O livro novo que você anda lendo?

Não, somos teimosos. A gente sabe o caminho que tem que seguir, a escolha que tem que fazer. A oração é “Leve-me até o Rei”, mas, por que essa frase é sempre a última a sair da nossa boca?

É.

A gente já tá lá, meio sem força para lutar, só vivendo, só existindo. Isso tudo sabendo que um “oi” de Deus, um “oi”, basta para colocar transformar tudo.

Sem regras, sem preceitos religiosos. Só correr até o trono de Deus e ficar por lá. Não por um tempo, não por uma semana, não durante o congresso ou o acampamento. Ficar por lá durante a vida inteira.

O cansaço físico, mental, espiritual, sei lá mais o que, só pode ser transformado quando somos levados à presença do Rei. A gente vai ficar lá, só contemplando a glória e majestade. Olhando nos olhos Dele, tudo que a gente consegue ver é esperança.

E, amigo, é o tipo de esperança que a gente não vai encontrar no café nem na sessão da tarde.

A verdade é que estou cansada.

A verdade é que eu preciso ser levada até a presença do Rei.

A verdade é que eu preciso de esperança.

A verdade é que Ele é minha esperança.

Texto inspirado na música “Take me to the King”, de Tamela Mann

por Marina Senra

10 de julho de 2012

Tudo e em todos - Carol Leonel


Se uma criança esperta e cheia de curiosidade me procurasse pedindo que a explicasse a palavra amor eu imediatamente a diria:

- Querida, amor é Graça.

Como qualquer criança em sua ávida busca pelo conhecer, ela provavelmente não se satisfaria com tal resposta. Caso não compreendesse, eu diria a ela que se quisesse VER o amor deveria olhar para as flores de diferentes cores e cheiros desabrochando na primavera. Aconselharia a andar por uma floresta sentindo o frio das matas fechadas. Que ela nadasse em um rio. Se sujasse de lama jogando bola, ou fizesse bolinhos para o lanche das bonecas. Ela deveria olhar para a grandiosidade azular do céu encontrando com o mar ao entardecer. Justamente quando o sol parece adormecer nas profundezas dos oceanos.

Se o pequeno ainda assim não pudesse COMPREENDER o amor e também não conseguisse VER, eu daria a ele um longo e caloroso abraço. Afagaria seus cabelos. Deitaria o seu rosto contra o meu peito e perguntaria:

- Esse abraço é bom? Agora imagine senti-lo após uma longa caminha perdido em uma terra distante e desconhecida. Você esta com fome, aflito e com muito medo e andando por essa região durantes dias.

Então eu concluiria:

- Imagine receber o mesmo abraço nestas circunstâncias?

O abraço seria a calmaria da sua tempestade. O sossego do coração aflito. A paz e a alegria que significariam o retorno para sua casa. Aí então você COMPREENDERIA e VERIA que amor a gente nem sempre explica. Amor a gente sente.

Cristo diz que nos ama com amor eterno. Você compreende? (Jr 31:3)

Cristo revela seu amor através da natureza. Você pode ver? (Sl 19:1)

Cristo demonstrou seu amor em uma cruz coberta de cuspes, insultos, nudez, pecados, desonra e vergonha. 

Ainda que sua razão não compreenda e que o seus olhos não vejam. Você pode sentir?

“Mas Cristo é tudo e está em todos” (Cl 3:11)

por Carol Leonel

5 de julho de 2012

Colunas de palácios e plantas viçosas - Karen Gomes


No Salmo 144:12, o salmista ora: “Que nossos filhos sejam, na sua mocidade, como plantas viçosas, e nossas filhas, como pedras angulares, lavradas como colunas de palácio”.

Mas quais características distinguem as plantas viçosas e as colunas de palácios a ponto do salmista desejar que nós, jovens, fôssemos como eles?

A nossa amiga Wikipedia define colunas de palácio como elemento arquitetônico destinado a receber as cargas verticais de uma obra de arquitetura, transmitindo-as à fundação, com significado decorativo acentuado. Desta definição, podemos tirar importantes lições para nossa vida cristã:

· Devemos suportar as cargas uns dos outros. É o que ensina Gálatas 6:2 – “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” Mas isso só é possível quando, de fato, nos importamos com nossos irmãos, quando os amamos, conforme Cristo ensina em Mateus 22:39 – “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

· Mas essas cargas precisam ser transmitidas à fundação, pois é a fundação quem dá o verdadeiro sustento. Nosso fundamento é Cristo, Ele é a Rocha sobre a qual devemos construir toda a nossa vida. “Não há santo como o SENHOR; porque não há outro fora de ti; e rocha nenhuma há como o nosso Deus.” 1 Samuel 2:2; “Disse pois: O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador” 2 Samuel 22:2; “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.” Mateus 7:24-25.

· As colunas manifestam a beleza e a criatividade do construtor. Nós também devemos testemunhar das maravilhas que Cristo tem feito em nossas vidas. Isso significa deixar a luz de Cristo em nossas vidas brilhar: “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” - Mateus 5:14-16. Afinal, a humanidade aguarda ansiosamente que espalhemos o amor de Deus: “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus” - Romanos 8:19.

E as plantas viçosas? Suas principais características também nos ensinam muito:

· Têm a sua semente plantada em terra fértil, com acesso aos nutrientes necessários para sobreviver e frutificar. “E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta.” - Mateus 13:8

· Não estão isoladas e dão fruto. “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.” - João 15:1-2

· Têm acesso à Água Viva. “E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.” -  João 7:37-38. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.” Salmos 1:1-3

· Fazem fotossíntese, o que pode ser entendido como pegar o que é excreta dos outros seres vivos (CO2) e, a partir da luz, transformar em algo que todo ser precisa, água e oxigênio. Da mesma forma, precisamos utilizar os recursos que o mundo apresenta e, a partir da luz de Cristo em nós, transformar em vida. “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”- Romanos 12:2

Que sejamos a resposta à oração do salmista, apresentando as características positivas das plantas viçosas e das colunas de palácio que fazem a luz de Cristo ser refletida através de nós, amém?

por Karen Gomes

28 de junho de 2012

Príncipes nas montanhas - Marina Senra


De vez em quando vem uma dessas vontades de largar tudo, pegar uma mochila e ir pro outro lado do mundo, fazer alguma coisa, viver uma aventura. Junto com essa vontade, sempre vem um forte sentimento de inconformidade, de que eu não faço nada, de que aquela vontade de mudar o mundo nunca esteve tão morta na minha vida. 

Nesses momentos, eu sempre paro para pensar nas pessoas que tiveram a mesma vontade, mas que correram atrás para que isso fosse mais que um desejo. Pessoas que, realmente, abriram mão do que quer o prendessem no mundo-nosso-de-todo-dia e foram, com a cara e com a coragem, enfrentar um pouco da vida real. 

É difícil pensar que alguém faria isso, certo? Afinal de contas, com tantos privilégios e obrigações, o que será que levaria um jovem a deixar isso tudo de lado e ir atrás de pessoas que nem sequer sabem o que são privilégios? Conhecem apenas as obrigações: obrigação de cuidar da família, obrigação de seguir determinada religião, obrigações impostas pelo governo... Resumindo, são pessoas em busca de liberdade, mas não essa liberdade que a sociedade prega, livre de deveres. Buscam uma liberdade que eles não vão conhecer em seus rituais ou religiões. A liberdade que procuram é, muitas vezes, levada por esses jovens que se dispõem a abrir mão dos privilégios e vão, com uma Bíblia debaixo do braço e uma vontade imensa de fazer alguma diferença, não importa aonde seja.

Já ouvi diversos relatos sobre esses jovens. A maioria não esperou enriquecer ou se casar para então fazer algo significante, muito menos veio de famílias ricas que poderiam bancar suas andanças. Munidos com suas armas, se enfiaram em cavernas, montanhas, buracos, os lugares mais improváveis do mundo para apenas levar a liberdade que Cristo oferece a todos. Na Bíblia, vemos que Deus nos coroou de honra e glória, nos fazendo um pouco menores do que os seres celestiais. Alguns se conformam com essa condição. Outros levam essa honra e glória até os confins da terra, para que mais pessoas se juntem ao reino de Cristo. São os príncipes nas montanhas, que não ficaram assentados em seus tronos, mas deixaram a coroa de lado e foram fazer o nome de Deus conhecido.

Ainda estou aqui, vivendo a rotina casa-faculdade-igreja, mas fazendo o possível para que Deus me dê o privilégio de brilhar a glória dEle, não importa onde eu esteja. Se um dia vou parar nessas montanhas? Não sei, sinceramente, não sei. Mas, não é isso que vai me parar, certo?

Um salve para os missionários, pastores e obreiros anônimos, espalhados pelos cantos do mundo! 

“Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia as boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que proclama a salvação, que diz a Sião: teu Deus reina.” (Isaías 52:7)

por Marina Senra

26 de junho de 2012

Grande comissão

Este é o nosso trabalho como Igreja: fazer discípulos. Ter discípulos é muito mais que ter alunos, é ter seguidores que darão continuidade aos ensinamentos. Jesus não deixou essa ordem sem ter ensinado como fazer seus discípulos conviverem com Ele por três anos e, durante esse tempo, aprenderam diariamente: ouvindo, observando e sentindo o seu poder. Cristo viveu entre eles e os ensinava através do seu jeito e de seus atos.

A Grande Comissão deixada por Cristo não é apenas a de pregarmos o evangelho com palavras, mas através da nossa vida. Foi assim que Jesus ensinou seus discípulos. Uma vez li uma frase do Pr. Ariovaldo Ramos que dizia: "Jesus queria e que que, ao mesmo tempo em que a gente esteja falando Dele, a pessoa que nos ouve O esteja observando em nossas vidas, assim como, esteja sentindo no seu coração o calor que as palavras Dele produzem".

Jesus deixou a Grande Comissão para seus discípulos, seus seguidores que O conheceram de perto, aprenderam e viveram com Ele. E nós? Como podemos anunciar quem não conhecemos? Se somos discípulos e queremos fazer seu trabalho, precisamos conhecer a Cristo, aprender e viver com Ele. Isso significa passar um tempo com Jesus, através da oração e do estudo da Palavra. Assim, a cada dia, vamos nos tornando mais parecidos com Ele e o mundo O conhecerá através de nós.

Até parece um trabalho simples, mas não é. Se fosse simples, poderíamos fazer sozinhos. Mas a Comissão só pode ser realizada através do poder do Espírito Santo (Atos 1: 4, 5, 8). A espantosa tarefa de multiplicarmos os discípulos de Cristo pelo mundo todo só pode ser feita com Ele e, aos seus discípulos, Jesus prometeu estar junto até o fim dos tempos (Mateus 28:20)!

Em Atos 1:8, lemos que o evangelho deve ser anunciado "em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra", ou seja, no mundo todo e ao mesmo tempo. Esse trabalho não é só dos missionários, mas também é pra você. Vou terminar citando mais um texto do Pr. Ariovaldo Ramos: "Missão é assim: quem não é chamado a atravessar fronteiras, é chamado a anunciar em sua Jerusalém; quem não é chamado a ir para além das fronteiras, é chamado a enviar missionários, que significa interceder por eles e sustentá-los financeira e emocionalmente".

"Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor." - C. H. Spurgeon

por Estevão Medeiros - Coordenador do Underground Brasil

* Texto publicado no Fanzine Underground - julho/2012

21 de junho de 2012

Ponto de retorno - Jônatas Kaizer


Você já teve a oportunidade de observar o painel de uma aeronave? São inúmeros os aparatos eletrônicos, que servem para auxiliar o piloto e manter o avião em plenas condições de voo.  Dentre esses indicadores, um deles me chamou a atenção, o ponto de retorno seguro. Trata-se de um dispositivo acoplado ao tanque de combustível, que mostra a quantidade mínima de combustível necessária para voltar ao ponto de partida. Sendo assim, se o piloto ultrapassar essa marca, ele corre sérios riscos de não conseguir retornar a base de maneira segura.

O ponto de retorno seguro recebeu maior destaque durante a Segunda Guerra Mundial, quando os pilotos japoneses, Kamikazes, descarregavam todo arsenal bélico na batalha, e depois utilizavam as próprias aeronaves como artilharia, pois haviam ultrapassado a marca de segurança, não sendo mais possível retornar a base.

Muito antes de sua criação, o ponto de retorno foi descrito, “E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” [Lucas 9:62], e também, “Qualquer que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, salvá-la-á” [Lucas 17:33]. Essas duas passagens nos revelam que a caminhada cristã também possui certos pontos de segurança, ou seja, até determinado patamar estaremos seguros, e poderemos retornar tranquilos. Entretanto, se ultrapassarmos esse nível, não haverá certeza de segurança.

As pessoas geralmente preferem permanecer em suas áreas de conforto, onde há segurança e tranquilidade. Dificilmente o ser humano está disposto a correr algum risco, e, portanto qualquer alternativa mais ousada é chamada de loucura. É exatamente nesse ponto divergente que surgem os verdadeiros cristãos, pois eles estão dispostos a sacrificar tudo, até mesmo sua vida pela causa de Cristo. Poderíamos citar o nome de inúmeros homens e mulheres que se dedicaram totalmente a obra da fé, contudo vamos nos ater a vida de um deles, Paulo.

Paulo abriu mão de tudo para viver uma vida de acordo com a vontade de Deus. Disse ele, “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” [Filipenses 3:8]. Ele decidiu avançar, ir além da zona de conforto, ultrapassar o ponto de retorno seguro, tanto que ele diz, “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho [Filipenses 1:21].

Esse mecanismo fantástico é capaz de despertar em nós um questionamento: seríamos capazes de ultrapassar o ponto de retorno em nossas vidas, ou seja, estamos dispostos a arriscar tudo pela causa de Cristo?

por Jônatas Kaizer

19 de junho de 2012

O plot point da nossa vida - Alexia Baeta


Sabe quando você está assistindo a um filme ou lendo um livro e de repente acontece algo que muda completamente o rumo da história, a ação começa a acontecer de fato? Esse momento é conhecido na linguagem cinematográfica por PLOT POINT (ponto de virada). Assim como nos filmes, nós também passamos por um plot point: o momento em que tomamos a decisão de caminhar com Cristo, e é nesse ponto que a direção da nossa vida muda.   

"E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas." 2 Co 5:17

A partir desse momento, acontece realmente uma virada, o nosso olhar para as coisas do mundo é diferente. Nossos valores mudam, a verdade para nós é a Palavra de Deus, nossa alegria já não se baseia mais nos prazeres do mundo, mas em Deus. Da mesma forma, Paulo teve seu plot point na estrada para Damasco e, daquele momento em diante, ele não era mais o mesmo. Ele passou a ter uma vida submissa à vontade do Senhor, se tornou um portador do nome de Cristo e se esvaziou de tudo para se encher do Espírito.
Será que temos aproveitado de fato nossa vida "pós-virada", como Paulo?

Nossa performance deve ser buscar agradar o coração de Deus, conhecê-lo mais, viver conforme a vontade dEle, sermos instrumentos nas mãos dEle. A direção que agora nós temos que seguir é para o alvo. "Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." Fp 3:13-14

por Alexia Baeta

14 de junho de 2012

Meu fariseu de estimação - Carol Santana


_ Shh!!! Ele ainda tá aí!

_ Ahh Jesus! Sério? Eu pensei que meus problemas com ele tivessem acabado na última batalha!

_ Não... Ele ainda está aí! Tenho certeza que eu o escutei!

_ Peraê! Eu também, ouvi! Ele está aqui, falando demais como sempre.
E agora, Jesus? O que eu faço?

_ Lembra o que te falei sobre aquela cruz?

_ Sei...

_ Você deixou ela encostada naquele canto, lembra?

_ Sim... eu lembro! Mas na época ela estava tão leve que eu achei que daria conta de carregar quando quisesse! Eu vou lá buscar ela! Não precisa ajudar não, Jesus eu dou conta! ; ]

_ Okk! Mas estou aqui! É só chamar!

Algum tempo depois...

_ Jesus!

_ Oi?

_ Você pode vir aqui me ajudar? Acho que trocaram minha cruz por outra mais pesada! Minha cruz não era tão pesada assim!

_ Ahh Carol! Você não quis carregar sua cruz na hora certa. Você esqueceu que com pecado não se brinca?
Se você demora para resolver o problema, ele cresce. E isso só complica as coisas! A cruz está mais pesada  por que o peso dela é equivalente ao peso do seu pecado e dilemas!

_ E agora, Jesus o que eu faço? O fariseu está crescendo cada vez mais. A cruz está pesada. Sozinha eu não dou conta! Eu não vou conseguir!

_ Calma! Eu tenho um plano! Troque de fardo comigo! (Mt 11.28-30)

_ Ahh... agora sim! Agora eu consigo! Mas e quanto o fariseu?

_ Ande mais perto de mim. Tente me imitar. Seja parecido comigo. Não siga os padrões desse mundo (Rm 12.2). Nunca me dei bem com fariseus. Se você estiver bem pertinho de mim e se parecer cada vez mais comigo, esse fariseu não vai resistir! Ele irá embora correndo!

*O diálogo acima é fictício, mas ao mesmo tempo real. O fariseu, o pecado e o dilema citados acima existem. Eles estão vivos dentro de mim. Mas por outro lado, Cristo e a cruz são reais também. ELE não me deixou só nessa batalha. Não é fácil carregar minha cruz. Ela é pesada. Mas Jesus trocou de fardo comigo há 2 mil anos. Por causa do sacrifício e amor Dele tudo ficou mais fácil. Tudo que eu preciso fazer para acabar com meus inimigos é andar perto do meu Senhor. Não há fariseu nesse mundo que consiga permanecer de pé na presença de Jesus

por Carol Santana

12 de junho de 2012

Nosso objetivo maior é a glória de Deus

Diferente de Moisés, não precisamos usar o véu sobre o rosto (II Co. 3:13). Moisés decidiu usá-lo porque o brilho da glória foi desaparecendo, e ele não queria que o povo percebesse, isso porque o brilho dependia da exposição de Moisés à glória de Deus. Uma vez que ele não estava mais exposto, porque teve de descer do monte, o brilho foi, naturalmente, desaparecendo.

E por que não precisamos usar esse véu? Porque a gente está sempre diante da glória do Senhor, não precisamos ir a nenhum lugar especial para ficarmos expostos à glória do Senhor. A gente pode e deve estar o tempo todo diante da glória do Senhor, logo, depende só da gente. Só não fica exposto à glória do Senhor quem não quiser.

E como a gente faz para se expor e manter-se exposto? A gente já está exposto, portanto, a primeira coisa que devemos desenvolver é essa consciência: estamos sempre diante da glória do Senhor, tudo o que a gente pensa, fala e faz é diante Dele. Em segundo lugar, temos de transformar tudo que pensamos ou fazemos num culto ao Senhor, conscientes de que pensando ou agindo estamos sempre diante Dele. Daí a gente tem de se portar de modo digno de quem está na presença do Senhor, logo, certos pensamentos e sentimentos têm de ser rechaçados de cara (Ef. 4:31, Cl. 3:5-9), porque não são dignos de quem está na presença da glória do Senhor, e tudo que fizermos tem de ser do jeito que Deus gosta (Cl. 3:23).

O que é a glória do Senhor? É a forma como o Senhor nos mostra a nós. Contemplamos a glória do Senhor e somos transformados à imagem Dele. Porém, olhamos a glória do Senhor como quem se olha no espelho, e a gente se olha no espelho para se acertar. Logo, contemplar a glória do Senhor é olhar para a imagem com a qual ele se nos apresenta, de modo a nos acertamos a partir dessa imagem, para ser cada vez mais parecido com a imagem que estamos vendo.

De que forma o Senhor se apresenta a nós? Segundo Apocalipse 5:6, como Cordeiro. Quando o ancião se aproximou de João para dizer-lhe que não precisava mais chorar, disse-lhe que o Leão da tribo de Judá havia vencido e estava apto para tomar o livro e abrir-lhe os selos. Porém, quando João se levantou para ver o Leão, viu o Cordeiro. Jesus, para o céu, é o Leão, mas, para nós é o Cordeiro (aliás, em Apocalipse, Jesus é citado como Leão uma vez e, como Cordeiro, 31 vezes). Jesus se apresenta a nós a partir de Sua humilhação e apresenta a Sua humilhação como modelo de vida para nós, como disse Paulo em Filipenses 2:5-8. Jesus sempre se apresenta a nós como Cordeiro e demanda que vivamos também como cordeiro, e viver assim é que é adorar ao Senhor.

Pr. Ariovaldo Ramos

publicado no FanZine Underground - junho/2012

5 de junho de 2012

Interesses - Thiago Brandão




Você já parou para pensar que o mundo gira por causa dos interesses?! Reflita sobre seus relacionamentos: você é mais “chegado” nas pessoas que você tem interesses em comum (torcida organizada, clubes de carro, por exemplo) e nas pessoas que possam te oferecer algo que te interessa (uma pessoa rica, ou uma pessoa inteligente, ou uma pessoa do sexo oposto que você queira namorar). Todas as ações do mundo são com base em interesse. Se uma pessoa trabalha, ela tem interesse em ter dinheiro, ela quer ter dinheiro, pois tem algo que ela tem interesse em comprar, ela quer comprar, pois o objeto tem alguma coisa que despertou o interessante dela, e assim por diante.

Agora eu te pergunto: qual o seu maior interesse? Qual a sua meta de vida? Existem pessoas que querem ter filhos, outras que querem casar, umas que querem ser ricas e umas que querem estar mais perto de Deus. Qual é você? Você pode até me falar que tem dois interesses, ter uma família e estar mais perto de Deus.

Havia um homem chamado Abraão que tinha os mesmos interesses que você. Ele era casado com Sara, e ela não conseguia engravidar. Quando Abraão tinha cem anos e Sara noventa, Deus fez uma promessa a Abraão, que ele teria um filho com Sara e o filho se chamaria Isaque. Quando Isaque nasceu, Deus fez o seguinte pedido a Abraão: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.” (Gn 22:2). Abraão pegou Isaque e um pouco de lenha e foi fazer o que o Senhor lhe pediu. Abraão era uma pessoa que temia o Senhor e tinha mais interesse em servir e obedecer ao Senhor do que possuir um filho, do que possuir uma família. E você faria o mesmo que Abraão?

Em vários lugares na Bíblia você vai encontrar que acima de tudo e de todos, o seu interesse principal tem que ser Deus.

"Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." Mt 6.33

"E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento." Mt 22:37/Mc 12:30/Dt 6:5

"Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim." Mt 10:37

Você ainda tem dúvida de qual tem que ser o seu maior interesse? Uma pessoa disse certa vez: “Quando a única coisa que você tiver for Deus, você vai perceber que Ele era a única coisa que você precisava ter.”

O dinheiro perde a graça, pode acabar. A família pode te deixar, pode morrer. Os amigos te deixam, esquecem de você. Os seus bens desgastam e acabam, perdem o valor. Deus sempre estará lá, de braços abertos para você. Espero que os seus interesses mudem antes que seja tarde de mais.

por Thiago Brandão

31 de maio de 2012

Salmo 84 - Mil - Marina Senra


“Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade.” (Salmo 84: 10)
               
O Salmo 84 é uma passagem maravilhosa que enaltece a casa de Deus, falando que os que nela habitam são bem-aventurados. O versículo 10, em particular, dá um valor significativo a respeito de permanecer na casa do Senhor, em Seus tabernáculos. O que são mil dias no mundo se comparados com apenas um dia na presença do Senhor? É essa a pergunta que o salmista deixa no ar e que cabe a cada um de nós responder.
             
Em minha Bíblia, o Salmo 84 está intitulado “Saudades do templo”. Esse título me leva à seguinte interpretação: alguém que conheceu as chamadas tendas da perversidade, em um momento de reflexão, se lembra da época em que habitava os átrios do Senhor, experimentando Sua doce presença e sentindo Seu amor. Imagino uma pessoa encostando-se a um canto de algum lugar qualquer, e se pondo a imaginar como seria bom se ele pudesse voltar para esse lar de amor, como ele não hesitaria em trocar mil dias vividos de qualquer maneira para poder passar um dia na casa de Deus. Essa pessoa devia saber que apenas um dia com o Senhor bastaria para que sua vida nunca mais fosse a mesma.
              
Os mil dias devem ter oferecido alegria, diversão e algum amor, mas foram passageiros. As tendas da perversidade não conseguiram satisfazer o salmista, já que ele continua com saudades do templo, saudades de se encontrar com Deus. É apenas em Sua presença que encontramos alegria, diversão e muito amor – que vão durar para sempre.

por Marina Senra

29 de maio de 2012

O Incomparável e incompreensível - Jônatas Kaizer


Há dentro do ser humano uma vontade de conhecer e compreender os fenômenos que ocorrem a sua volta. Como um autêntico representante da raça humana, venho há muito tempo tentando compreender o amor de Deus. Desde a infância me pergunto: Como é possível alguém me amar tanto? Porque Ele faria algo assim por mim? Essas questões pulsavam em minha mente, e comprimiam meu coração. Porém, relendo o capítulo de Romanos 8, me foi dado um novo entendimento.

É impossível que haja vida sem amor, e não há amor maior do que aquele que Deus demonstrou pela humanidade, "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” [João 3:16]. Sendo assim, estamos livres dos laços da morte por meio do amor de Cristo, que nos deu o Espírito da Vida, “Porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte” [Romanos 8:2].

A nossa mente estava cativa, aprisionada pelos desejos incontroláveis da carne, e dessa forma estávamos afastados do Pai. Porém Jesus nos libertou desse jugo mortal, quebrando a vontade carnal que atuava em nós. O pecado foi derrotado por Cristo, e agora temos vida, “Mas se Cristo está em vocês, o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito está vivo por causa da justiça” [Romanos 8:10]. Recebemos o Espirito Santo, que produz vida, e nos torna capazes de conhecer o Pai face a face, a ponto de chamá-lo “Aba, Pai”.

Por intermédio de Cristo agora somos chamados filhos de Deus. Esse direito que nos foi concedido, foi conquistado por um alto preço. Estávamos condenados ao castigo eterno, fruto de nossos intermináveis pecados, porém Jesus se fez pecado por nós. Ele sofreu a ira do Pai em nosso lugar, morreu para que nós tivéssemos vida, foi destituído de glória para que nós fossemos glorificados. “Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados” [Romanos 8:18-19].

É evidente a dificuldade em compreender esse ato de total entrega, tornando ainda mais árduo seu agradecimento. Em nossas orações não sabemos como agradecer, adorar, conversar com o Pai. Nossa pequenez e fragilidade florescem diante da maravilhosa presença de Deus, “Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” [Romanos 8:26].

“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” [Romanos 8:28]. Dessa forma é possível perceber que todas as coisas estão debaixo do conhecimento de Deus, e nada foge do seu controle. E mais, Ele providencia tudo de que necessitamos nessa terra, ou seja, nada devemos temer, pois “Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?” [Romanos 8:32]

Temos vida e liberdade, somos filhos do Deus altíssimo, então “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: "Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro". Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” [Romanos 8:35-39].

O amor de Deus é incompreensível e incomparável e acima de tudo, ele é real. Viva e sinta esse amor. O amor do Deus nos traz vida, liberdade e segurança, pois não há lugar melhor do que nos braços do Pai.

por Jônatas Kaizer