26 de julho de 2012

Somos pessoas de oração

Um dos assuntos bíblicos mais importantes e talvez o mais difícil de escrever é a oração. Oração não se explica, oração se vive. Para o cristão, viver é orar, orar é viver, e isto se dá "em todo tempo". Orar é estar em comunhão com o Pai. Orar é viver um relacionamento significativo com Ele, é viver em constante oração. Pensar em oração é pensar necessariamente um relacionamento entre um Deus amoroso e seus filhos e também entre eles, quando oram ao Pai em favor de seus irmãos.

Certa vez, o teólogo e psicólogo holandês Henry Nouwen, em meio à crise que passava, buscou refúgio em um lugar isolado com o objetivo de orar distante de toda a agitação que lhe cercava. Lá, percebeu um dos pontos importantes acerca da oração. Conforme seu próprio relato: "Algo mudou em mim. Eu não queria mais escrever sobre o coração de Jesus. Em meu próprios coração comecei a discernir um desejo real de falar ao coração de Jesus...um convite para deixar o coração de Jesus tocar profundamente meu próprio coração e curar-me".

No texto de Mateus 11:28-30, percebemos que a oração é um convite a todos que notam sua miserabilidade, cansaço e que desejam descanso para a alma. É o próprio Jesus que nos convida ao encontro de profunda intimidade com o Pai. Não é uma iniciativa humana, fruto de nosso desejo.

O Novo Testamento também nos incentiva à oração comunitária, a oração que se faz em comunhão com o Corpo. Quando olhamos Atos 1:14, percebemos uma igreja unida, homens e mulheres perseverando em oração.

Mas nem todos perseveraram. Em 1 Coríntios 15:6, Paulo relata que Jesus foi visto por mais de 500 irmãos de uma só vez, mas em Atos 1:15, Pedro se levanta na Assembleia composta por cerca de 120 pessoas. Veja, não são mais 500, agora são apenas 120 perseverando juntos em oração.

Jesus não os obrigou a perseverar, não os intimidou, muito menos negociou a promessa do Pai; pelo contrário, deixou o caminho aberto para todos que desejarem esta promessa, para que venham ao Seu encontro. Com o coração manso e humilde, Jesus espera por Seus filhos. Em João 6:68, Pedro explicou a razão de não deixar de ir ao encontro do Mestre: "Se não formos a Ti, a quem iremos nós? Só tens palavra de vida eterna, para onde iremos?".

O convite do Senhor é claro: "Vinde a mim, todos. Vinde, a fim de que sejamos um, assim como Eu e o Pai somos um". Encontrar-se com Ele em resposta ao seu convite é uma experiência transformadora que nos deixa cada dia mais parecidos com seu Filho, Jesus Cristo.

Pr. Ricardo Bitun

*Texto publicado no FanZine Underground - agosto/2012

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