21 de junho de 2012

Ponto de retorno - Jônatas Kaizer


Você já teve a oportunidade de observar o painel de uma aeronave? São inúmeros os aparatos eletrônicos, que servem para auxiliar o piloto e manter o avião em plenas condições de voo.  Dentre esses indicadores, um deles me chamou a atenção, o ponto de retorno seguro. Trata-se de um dispositivo acoplado ao tanque de combustível, que mostra a quantidade mínima de combustível necessária para voltar ao ponto de partida. Sendo assim, se o piloto ultrapassar essa marca, ele corre sérios riscos de não conseguir retornar a base de maneira segura.

O ponto de retorno seguro recebeu maior destaque durante a Segunda Guerra Mundial, quando os pilotos japoneses, Kamikazes, descarregavam todo arsenal bélico na batalha, e depois utilizavam as próprias aeronaves como artilharia, pois haviam ultrapassado a marca de segurança, não sendo mais possível retornar a base.

Muito antes de sua criação, o ponto de retorno foi descrito, “E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” [Lucas 9:62], e também, “Qualquer que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, salvá-la-á” [Lucas 17:33]. Essas duas passagens nos revelam que a caminhada cristã também possui certos pontos de segurança, ou seja, até determinado patamar estaremos seguros, e poderemos retornar tranquilos. Entretanto, se ultrapassarmos esse nível, não haverá certeza de segurança.

As pessoas geralmente preferem permanecer em suas áreas de conforto, onde há segurança e tranquilidade. Dificilmente o ser humano está disposto a correr algum risco, e, portanto qualquer alternativa mais ousada é chamada de loucura. É exatamente nesse ponto divergente que surgem os verdadeiros cristãos, pois eles estão dispostos a sacrificar tudo, até mesmo sua vida pela causa de Cristo. Poderíamos citar o nome de inúmeros homens e mulheres que se dedicaram totalmente a obra da fé, contudo vamos nos ater a vida de um deles, Paulo.

Paulo abriu mão de tudo para viver uma vida de acordo com a vontade de Deus. Disse ele, “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” [Filipenses 3:8]. Ele decidiu avançar, ir além da zona de conforto, ultrapassar o ponto de retorno seguro, tanto que ele diz, “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho [Filipenses 1:21].

Esse mecanismo fantástico é capaz de despertar em nós um questionamento: seríamos capazes de ultrapassar o ponto de retorno em nossas vidas, ou seja, estamos dispostos a arriscar tudo pela causa de Cristo?

por Jônatas Kaizer

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