Você já teve a oportunidade de observar o painel de uma
aeronave? São inúmeros os aparatos eletrônicos, que servem para auxiliar o
piloto e manter o avião em plenas condições de voo. Dentre esses indicadores, um deles me chamou
a atenção, o ponto de retorno seguro. Trata-se de um dispositivo acoplado ao
tanque de combustível, que mostra a quantidade mínima de combustível necessária
para voltar ao ponto de partida. Sendo assim, se o piloto ultrapassar essa
marca, ele corre sérios riscos de não conseguir retornar a base de maneira
segura.
O ponto de retorno seguro recebeu maior destaque durante a
Segunda Guerra Mundial, quando os pilotos japoneses, Kamikazes, descarregavam
todo arsenal bélico na batalha, e depois utilizavam as próprias aeronaves como
artilharia, pois haviam ultrapassado a marca de segurança, não sendo mais
possível retornar a base.
Muito antes de sua criação, o ponto de retorno foi descrito,
“E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto
para o reino de Deus” [Lucas 9:62], e também, “Qualquer que procurar salvar a
sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, salvá-la-á” [Lucas 17:33]. Essas
duas passagens nos revelam que a caminhada cristã também possui certos pontos
de segurança, ou seja, até determinado patamar estaremos seguros, e poderemos
retornar tranquilos. Entretanto, se ultrapassarmos esse nível, não haverá
certeza de segurança.
As pessoas geralmente preferem permanecer em suas áreas de
conforto, onde há segurança e tranquilidade. Dificilmente o ser humano está
disposto a correr algum risco, e, portanto qualquer alternativa mais ousada é
chamada de loucura. É exatamente nesse ponto divergente que surgem os
verdadeiros cristãos, pois eles estão dispostos a sacrificar tudo, até mesmo
sua vida pela causa de Cristo. Poderíamos citar o nome de inúmeros homens e
mulheres que se dedicaram totalmente a obra da fé, contudo vamos nos ater a
vida de um deles, Paulo.
Paulo abriu mão de tudo para viver uma vida de acordo com a
vontade de Deus. Disse ele, “E, na verdade, tenho também por perda todas as
coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual
sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que
possa ganhar a Cristo” [Filipenses 3:8]. Ele decidiu avançar, ir além da zona
de conforto, ultrapassar o ponto de retorno seguro, tanto que ele diz, “Porque
para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho [Filipenses 1:21].
Esse mecanismo fantástico é capaz de despertar em nós um
questionamento: seríamos capazes de ultrapassar o ponto de retorno em nossas
vidas, ou seja, estamos dispostos a arriscar tudo pela causa de Cristo?
por Jônatas Kaizer
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