Gosto de ter o controle na minha mão. Não o controle remoto, apesar de gostar desse também. Falo sobre o controle de tudo, da minha vida, das minhas escolhas, do que quero ou não fazer. Gosto de saber que as coisas estão acontecendo do jeito que eu planejei e que não há espaço para imprevistos.
Claro, não é assim todo o tempo. Os tais imprevistos aparecem, às vezes conseguem nos tirar do sério e nos forçar a fazer malabarismos para chegar ao objetivo inicial. Mas, espere um pouco: se isso acontece quando estamos com o controle da nossa vida nas nossas mãos, por que cargas d’água não passamos esse controle para alguém mais experiente, e que vai saber lidar com os imprevistos sem ficar com vontade de bater em alguém ou em si mesmo, como costuma acontecer conosco?
Há alguns dias, li os seguintes versículos:
“Mas o meu povo não quis ouvir a minha voz, e Israel não me quis. Portanto eu os entreguei aos desejos dos seus corações, e andaram nos seus próprios conselhos.” (Salmo 81: 11-12)
Deus aparece falando sobre o povo de Israel, que não quis ouvir à voz de Deus, e nem seguir suas ordenanças. Simplesmente, se viraram para Deus e falaram que sabiam melhor das coisas, que o controle deveria continuar nas mãos do povo, humanos miseráveis e que não sabem a hora em que estão com fome. Talvez tenham insistido tanto, que Deus os deixou em paz. Deus, como o Senhor educado que é, deixou com que o povo seguisse seu próprio caminho e guardou Seu plano inicial, que prometia bênçãos e ajudas.
Ok, talvez você pense que coordenar seus próprios passos, sem ter que dar satisfação para ninguém, é a melhor coisa da galáxia. Mas, pense um pouco: o caminho de Deus pode ser estreito e difícil, mas, desde o início da caminhada até o fim, contamos com uma ajuda celestial sem precedentes. O nosso caminho, entretanto, é um caminho solitário, que só vai funcionar enquanto tivermos forças em nossos braços. E quando essa força terminar? #ComoFaz
Como é terrível quando Deus nos deixa seguir o nosso próprio caminho. Quando Ele se dá conta de que nós não queremos a ajuda dEle, porque achamos que damos conta do tranco. Ele libera o caminho, o nosso caminho, e nós nos entregamos às nossas vontades.
Por mais difícil que seja, é melhor que Deus seja o dono do controle. É melhor, infinitamente melhor, que Ele NÃO nos deixe seguir o NOSSO caminho. É melhor que nós tenhamos que abrir mão de sonhos e conforto, e ver a consequência disso mais tarde. O caminho de Deus é um caminho de entrega e renúncia, enquanto o nosso caminho aparenta ser de vontade própria e sonhos realizados conforme o nosso querer. Um engano fatal, que pode nos fazer andar em passos errantes.
Deus completa dizendo: “Oh! se o meu povo me tivesse ouvido! se Israel andasse nos meus caminhos! Em breve abateria os seus inimigos, e viraria a minha mão contra os seus adversários. Os que odeiam ao SENHOR ter-se-lhe-iam sujeitado, e o seu tempo seria eterno. E o sustentaria com o trigo mais fino, e o fartaria com o mel saído da rocha.” (Salmo 81: 13-16).
Que os passos de Cristo nos guiem por um caminho apertado e que o NOSSO caminho se submeta ao dEle. Que Deus nunca nos deixe andar conforme os nossos conselhos. Que sejam os conselhos dEle a nos ensinar e fazer morrer a nossa vontade, aceitando uma vontade boa, perfeita e agradável, que só poderia vir daquele que não vai nos deixar com a força do nosso próprio braço.
Afinal de contas, Ele é a força que nos faz caminhar.
por Marina Senra
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