29 de março de 2012

É de graça! - Jonatas Kaizer



Compre 3 leve 4! Adquira esse item e leve outro inteiramente de graça! Quem nunca se deparou com uma propaganda assim? Supermercados, lojas de conveniência, postos de gasolina, e muitos outros estabelecimentos utilizam essa ferramenta para atrair a clientela. Vendo essas promoções eu me pergunto, será isso verdade? Concederão-me outro produto, sem custos? É evidente que não, estabelecimentos comerciais visam lucro, dessa forma o produto “de graça” será pago por outra pessoa.

Não entendemos muito bem esse mecanismo de troca, será que alguém estaria disposto a pagar certo valor por mim? Seria possível? Quem seria tão bondoso assim? Esses questionamentos são comuns, ainda mais no contexto social em que vivemos. Não vemos mais pessoas caridosas e dispostas a ajudar o próximo. Infelizmente estamos presenciando exatamente o oposto. O ser humano tem perdido o sentimento de compaixão. Espere, o que significa isso? É exatamente disso que gostaria de tratar, Compaixão.

O dicionário nos traz essa definição: “Sentimento de pesar que nos causa os males alheios; comiseração, piedade, dó”. É exatamente o que tem faltado nos dias de hoje, não há dentro do ser humano o pesar para com a situação do próximo. Não mais nos importamos se o outro está passando por lutas ou dificuldades. Quantas vezes alegamos para nós mesmos, “já tenho muitos problemas, não preciso de mais, desculpe não posso te ajudar”. Esse cenário já é bastante conturbado, contudo ele se torna ainda pior. A falta de compaixão atinge seu nível crítico quando a inconformidade avassaladora invade nosso coração. Não importa se o outro está mal, mas se ele encontra misericórdia isso nos afeta de maneira sobrenatural. Imediatamente nosso coração retruca, “ele não merecia! Estou me esforçando tanto, por que não eu?”. Vamos observar uma passagem bíblica.

Mateus 20:1-16 conta-se a história de alguns trabalhadores que foram contratados para trabalharem no campo. Alguns foram primeiro e outros depois. Terminado o serviço, os primeiros esperavam receber uma quantia maior, pois trabalharam mais. Contudo, o dono do campo lhes pagou o mesmo salário que os demais. Inconformados, eles começaram a reclamar e se diziam injustiçados.

"Mas ele respondeu a um deles: ‘Amigo, não estou sendo injusto com você. Você não concordou em trabalhar por um denário? Receba o que é seu e vá. Eu quero dar ao que foi contratado por último o mesmo que lhe dei. Não tenho o direito de fazer o que quero com o meu dinheiro? Ou você está com inveja porque sou generoso? ’ Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos". [Mateus 20:13-16].

A compaixão entra em conflito com a meritocracia, ou seja, eu ou qualquer outro seremos recompensados a partir dos esforços dispendidos, não há outra possibilidade de êxito além. Diferentemente, a compaixão diz, é de graça, eu estou disposto a pagar o preço em seu lugar, tenho piedade de ti.

Jesus Cristo teve compaixão de nós! Nossos próprios esforços nos levariam para a perdição total, mas Ele resolveu pagar o preço em nosso lugar. Cristo pagou o preço, seu sangue pelo nosso, levou a morte para que tivéssemos vida! “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus”. [Romanos 3:23-24]. Sendo assim, recebemos o dom da vida, e foi de graça! A graça de Deus é totalmente incompreensível, ela se mostra contraria a tudo que a sociedade atual nos ensina. Não são nossos esforços que nos garantirão sucesso, “Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”. [Romanos 8:37].

Cristo nos ensina a viver uma vida de amor e compaixão, nos importar com o próximo e sermos piedosos. Ele nos deu o exemplo, cabe nós segui-lo.

E, se é pela graça, já não é mais pelas obras; se fosse, a graça já não seria graça”. [Romanos 11:6]

por Jonatas Kaizer

Nenhum comentário:

Postar um comentário