Compre 3 leve 4! Adquira
esse item e leve outro inteiramente de graça! Quem nunca se deparou com uma
propaganda assim? Supermercados, lojas de conveniência, postos de gasolina, e
muitos outros estabelecimentos utilizam essa ferramenta para atrair a
clientela. Vendo essas promoções eu me pergunto, será isso verdade? Concederão-me
outro produto, sem custos? É evidente que não, estabelecimentos comerciais
visam lucro, dessa forma o produto “de graça” será pago por outra pessoa.
Não entendemos muito bem
esse mecanismo de troca, será que alguém estaria disposto a pagar certo valor
por mim? Seria possível? Quem seria tão bondoso assim? Esses questionamentos
são comuns, ainda mais no contexto social em que vivemos. Não vemos mais
pessoas caridosas e dispostas a ajudar o próximo. Infelizmente estamos
presenciando exatamente o oposto. O ser humano tem perdido o sentimento de
compaixão. Espere, o que significa isso? É exatamente disso que gostaria de
tratar, Compaixão.
O dicionário nos traz essa
definição: “Sentimento de pesar que nos causa os males alheios; comiseração,
piedade, dó”. É exatamente o que tem faltado nos dias de hoje, não há dentro do
ser humano o pesar para com a situação do próximo. Não mais nos importamos se o
outro está passando por lutas ou dificuldades. Quantas vezes alegamos para nós
mesmos, “já tenho muitos problemas, não preciso de mais, desculpe não posso te
ajudar”. Esse cenário já é bastante conturbado, contudo ele se torna ainda
pior. A falta de compaixão atinge seu nível crítico quando a inconformidade
avassaladora invade nosso coração. Não importa se o outro está mal, mas se ele
encontra misericórdia isso nos afeta de maneira sobrenatural. Imediatamente
nosso coração retruca, “ele não merecia! Estou me esforçando tanto, por que não
eu?”. Vamos observar uma passagem bíblica.
Mateus 20:1-16 conta-se a
história de alguns trabalhadores que foram contratados para trabalharem no
campo. Alguns foram primeiro e outros depois. Terminado o serviço, os primeiros
esperavam receber uma quantia maior, pois trabalharam mais. Contudo, o dono do
campo lhes pagou o mesmo salário que os demais. Inconformados, eles começaram a
reclamar e se diziam injustiçados.
"Mas ele respondeu a um
deles: ‘Amigo, não estou sendo injusto com você. Você não concordou em
trabalhar por um denário? Receba o que é seu e vá. Eu quero dar ao que foi
contratado por último o mesmo que lhe dei. Não tenho o direito de fazer o que
quero com o meu dinheiro? Ou você está com inveja porque sou generoso? ’ Assim,
os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos". [Mateus
20:13-16].
A compaixão entra em
conflito com a meritocracia, ou seja, eu ou qualquer outro seremos
recompensados a partir dos esforços dispendidos, não há outra possibilidade de
êxito além. Diferentemente, a compaixão diz, é de graça, eu estou disposto a
pagar o preço em seu lugar, tenho piedade de ti.
Jesus Cristo teve
compaixão de nós! Nossos próprios esforços nos levariam para a perdição total, mas
Ele resolveu pagar o preço em nosso lugar. Cristo pagou o preço, seu sangue
pelo nosso, levou a morte para que tivéssemos vida! “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória
de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção
que há em Cristo Jesus”. [Romanos 3:23-24]. Sendo assim, recebemos o dom da vida, e foi de graça! A
graça de Deus é totalmente incompreensível, ela se mostra contraria a tudo que
a sociedade atual nos ensina. Não são nossos esforços que nos garantirão
sucesso, “Mas, em todas estas coisas somos
mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”. [Romanos 8:37].
Cristo nos ensina a viver
uma vida de amor e compaixão, nos importar com o próximo e sermos piedosos. Ele
nos deu o exemplo, cabe nós segui-lo.
“E, se é pela graça, já não é mais pelas obras; se
fosse, a graça já não seria graça”. [Romanos 11:6]
por Jonatas Kaizer