A vida Cristã poderia ser resumida por seus contrários. Cristãos não devem fazer o mal, mas vencê-lo com o bem (Rm 12:21). Ao invés de apenas amar os amigos devem amar os inimigos além de orar por eles (Mt 5:44). Não devemos buscar uma vida de satisfação, mas sim um viver segundo Cristo onde morrer não é o fim e sim o nosso proveito (Fp 1:21). Segundo Filipenses 1:29 a nós “foi dado o privilégio de, não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele”.
Jesus Cristo nos chama para viver um evangelho de angústia e não de prazeres. O evangelho é conhecido no mundo por causa da dor, dos açoites, doenças e privações suportadas pelos humildes heróis que se fizeram miseráveis sacrificando-se pela mensagem da Graça. O primeiro e maior sacrifício foi o de Jesus na Cruz. Logo depois veio o de Estevão (At 7:60), Tiago (At 12:2), Pedro, Paulo e outros inúmeros cristãos que morrem todos os dias para que o evangelho seja anunciado em todo lugar.
Nós nunca entenderemos de fato a graça se não participarmos do sofrimento de Cristo. Em momentos de grande dor e agonia é que podemos sentir o quanto Deus nos ama. Não falo sobre o sofrimento causado pelo insucesso dos nossos sonhos, mas sim das injurias que sofremos por Cristo, das renúncias que fazemos para viver integralmente por Ele. É neste momento de angústia que o sacrifício de Jesus passa a ser vivido ainda que em menor escala em nosso corpo a fim de compreendermos o tamanho do amor do nosso Deus por nós apresentado através do sofrimento de Cristo. “Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória” (Rm 8 : 17).
Se crermos em um Jesus que apenas realiza sonhos é este o Deus que ofereceremos às pessoas. Mike Murdok disse que “Sua compreensão de Deus determina sua mensagem para os homens”. Logo, as pessoas nunca conheceram a graça se nós não sofremos. Elas creram em um Deus que nos oferece coisas boas para vivermos felizes nessa terra e terão uma visão errada sobre o plano de salvação. Se agirmos desse modo condicionamos Deus a esta terra e por isso somos miseráveis. Segundo as palavras de Paulo ”Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão” (1 Co 15:19). Vivamos, portanto, a peleja terrena que nos é recomendada para que ela enfim produza em nós peso de glória.
por Carol Leonel
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