5 de abril de 2011

Talento é Moeda; Simpatia é Dom - por Carol Leonel


Sorrisos
Sempre me encanto ao conhecer pessoas simpáticas. É agradável estar rodeado de indivíduos polidos, alegres. Em contrapartida, se analisarmos bem o nosso círculo social concluiremos que estamos mais rodeados de pessoas grosseiras e desafetuosas do que de pessoas amáveis. É curioso como acabamos correspondendo a toda esta falta de simpatia que recebemos e tornamos o relacionamento algo absolutamente inconveniente.

Convivemos com pessoas que nos consideram invisíveis e infelizmente acabamos fazendo o mesmo. Você com certeza já escutou a frase: “Gentileza gera Gentileza”. Eu realmente concordo que quando alguém é gentil conosco fica mais fácil reproduzir gentileza. Contudo, se levarmos em consideração a maneira como somos tratados na maior parte do tempo nos tornaremos ríspidos já que tendemos a corresponder com agressividade.

Se "Gentileza gera Gentileza", logo grosseria gera grosseria? Se pensarmos assim os ambientes em que vivemos se tornaram campos de batalha. Não era bem isso que Jesus desejava de nós. Paulo pontua exatamente o contrário em sua carta aos cristãos de Éfeso: " Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor." (Efésios 4:2)
Eu te pergunto: Toda vez que entra em um edifico você costuma cumprimentar o porteiro com um afetuoso "Bom Dia"? Ou quem sabe costuma brincar com o ascensorista do elevador que regularmente você entra? Será que somos realmente pessoas disponíveis? Será que as pessoas conseguem identificar que nós deixamos uma porta aberta para que elas possam contar conosco?

Devemos ser mais cuidadosos com as pessoas que estão ao nosso redor. Elas não são paisagem! São filhos do Deus altíssimo que podem estar precisando de um simples sorriso seu. Muitas vezes, em seu coração, você está pronto para ajudar, mas não espere o necessitado tomar iniciativa. Quem precisa de ajuda confiará em quem mais deu abertura a ela para se confidenciar. Seja amigo das pessoas e não mais um colega simpático. É interessante como sabemos de todas as pessoas que nos tratam como seres invisíveis, mas esquecemos das vezes que fazemos o mesmo com os outros.

Jesus certa vez nos conta a parábola de um trabalhador que devia ao seu patrão uma determinada quantia de prata que era impossível de ser paga. Assim sendo, o patrão, para sanar a dívida resolve vender o servo e todos os seus bens. Então o homem prostrou-se diante do patrão pedindo misericórdia. O senhor teve compaixão dele e cancelou a dívida. Mas o ponto chave da parábola é quando este servo encontra um sujeito que o devia cem denários. Ele exigiu que o homem pagasse sua dívida mesmo depois de clamar por misericórdia. (Mt 18: 15-35)

O trabalhador devia ao seu senhor DEZ MIL TALENTOS. Um talento equivalia a SEIS MIL denários e UM denário valia praticamente o salário de um dia inteiro de tarefas. Assim sendo, o trabalhador levaria cerca de VINTE anos para ganhar UM talento. Ele devia ao seu senhor DEZ MIL talentos. Era uma dívida impossível de ser paga por ele, mesmo que trabalhasse muito. Este valor pode ser comparado ao trabalho da vida toda de uma grande aldeia.

Ao ler esta parábola talvez você pense como eu: “Nossa! Como este homem tem um coração ingrato! O seu senhor acaba de perdoar uma dívida impagável e ele não consegue perdoar esta dívida tão pequena?”. No entanto, não posso afirmar se no lugar dele eu faria diferente. O perdão é um Dom de Deus. Somente quem experimenta da graça infinita de Cristo pode entender o real sentido do perdão.

Perdoar não é uma tarefa fácil e nem de longe algo natural. É desconfortável tomar a iniciativa de perdoar mesmo quando não é você o culpado. O perdão não resolve apenas grandes conflitos, mas pequenos mal entendidos que na maioria das vezes ficam subentendidos e acabam criando abismos entre nós e as pessoas que convivemos. Romper com a constância é difícil, mas devemos fazer mesmo que nos desgaste. Evangelizemos a todo tempo.

Somos filhos amados de Deus. Fomos salvos pelo sacrifício Dele na cruz e devemos viver em constante alegria por Ele ter nos resgatado. Não por mérito e nem por sacrifícios, mas sim pela misericórdia Dele. Não podemos aceitar e viver sobre a graça e ao mesmo tempo ser rude e incompreensível com quem nos feriu. Devemos viver tendo um coração misericordioso e transmitir graça aos outros. Acreditem. Só seremos simpáticos com os grosseiros se entendermos a graça que nos foi dada por Cristo e começarmos a utilizá-la.

Você recebeu um amor inigualável. Max Lucado em seu livro Nas Garras da Graça descreve bem o amor que você ganhou e até onde ele pode ir: “Você pergunta até quando durará o meu amor? Encontre sua resposta numa cruz alcantilada, sobre um monte escarpado. Esse que você vê lá em cima é o seu Criador, o seu Deus, furado com pregos, e sangrando. Coberto de cuspe, e encharcado em pecado. É o seu pecado que estou sentindo. É a sua morte que estou morrendo. É a sua ressurreição que estou vivendo. É como eu amo você.”

Escolha perdoar as bobagens do cotidiano. Esqueça pequenas desavenças com o perdão e com a graça de um sorriso. Que nós possamos viver uma vida de misericórdia. Sejamos conhecidos pela nossa graciosidade. Ofereça sorrisos sem pensar em recebê-los em troca. Se desgaste pelas outras pessoas. E se em seu coração você pensar em receber alguma recompensa lembre-se do maior de todos os presentes que você recebeu na cruz do calvário e que te espera na eternidade.

Carol Leonel

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