8 de maio de 2012

O conhecido desconhecido - Jônatas Kaizer



Inicia-se mais um dia. Como de costume, realizamos atividades corriqueiras e saímos de casa. Após alguns passos, nos deparamos com um rosto familiar, mas nem tanto. Nossa mente processa rapidamente os dados sobre tal individuo, no entanto poucas são encontradas. Esforçamos um pouco mais, e... Nada. Sabemos que já nos deparamos com essa pessoa em algum lugar, existe alguma relação entre nós, porém esses laços são frágeis. Diante dessa cena temos duas opções, continuar a caminhada, ignorando a presença desse rosto estranhamente familiar, ou então nos aproximar e iniciar um bate papo, colocando de lado todas as dúvidas e constrangimento.

A cena descrita é mais comum do que possamos imaginar. Todos os dias passam pessoas que conhecemos apenas superficialmente, e na maioria das vezes nem as cumprimentamos. Essa reação é comum entre os seres humanos, pois não gostamos de interagir com o desconhecido. Onde não há intimidade não há confiança. Não gostamos de nos arriscar por caminhos que desconhecemos. De fato esse pensamento é lógico. Quem gostaria de se arriscar, cumprimentando um aparente conhecido e não ser correspondido? Onde não há conhecimento, também não há confiança, logo não há espaço para interação.

De maneira análoga é o nosso relacionamento com Deus. Todos os dias nós levantamos, e realizamos atividades habituais. Ao longo do dia, Deus, por meio do seu Santo Espírito, tenta se relacionar conosco. Contudo, quando não existe intimidade com Ele, nós continuamos a realizar as atividades. Sabemos que, de alguma forma, O conhecemos, essa voz é familiar, a presença não é estranha. Mas a falta de conhecimento provoca desconfiança, e consequentemente evitamos qualquer relacionamento.

A igreja de Atenas estava vivendo dessa forma. A falta de intimidade com Deus chegou a tal ponto que “Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO” [Atos 17:23a]. Eles estavam “adorando” o desconhecido. A voz de Deus era ouvida, sua presença sentida, e seu Espírito buscava relacionar-se com eles, mas eles não estavam dispostos a confiar, já que não o conheciam. Não estavam dispostos a confiar no Conhecido desconhecido.

Todos os dias somos convidados a nos relacionar com Deus. A cada instante Ele nos chama para momentos únicos de intimidade. Mesmo em meio a agitação do dia-a-dia é possível escutar a voz do Espírito Santo. Temos apenas que quebrar nosso senso comum, que nos impede de confiar no desconhecido. Mas será que Deus é realmente desconhecido para nós?

“Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó SENHOR, és nosso Pai; nosso Redentor desde a antiguidade é o teu nome. [Isaías 63:16].

“Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele”        [1 João 3:1].

Somos filhos de Deus, sendo assim somos plenamente conhecidos por nosso Pai. Não há necessidade de desconfiança. Ele nos conhece antes mesmo de nosso nascimento.

Onde não há intimidade não há confiança. Sendo assim, viva a intimidade com o Senhor, e confie no Pai!

por Jônatas Kaizer 

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