Inicia-se mais um dia.
Como de costume, realizamos atividades corriqueiras e saímos de casa. Após
alguns passos, nos deparamos com um rosto familiar, mas nem tanto. Nossa mente
processa rapidamente os dados sobre tal individuo, no entanto poucas são
encontradas. Esforçamos um pouco mais, e... Nada. Sabemos que já nos deparamos
com essa pessoa em algum lugar, existe alguma relação entre nós, porém esses
laços são frágeis. Diante dessa cena temos duas opções, continuar a caminhada,
ignorando a presença desse rosto estranhamente familiar, ou então nos aproximar
e iniciar um bate papo, colocando de lado todas as dúvidas e constrangimento.
A cena descrita é mais
comum do que possamos imaginar. Todos os dias passam pessoas que conhecemos apenas
superficialmente, e na maioria das vezes nem as cumprimentamos. Essa reação é
comum entre os seres humanos, pois não gostamos de interagir com o
desconhecido. Onde não há intimidade não há confiança. Não gostamos de nos
arriscar por caminhos que desconhecemos. De fato esse pensamento é lógico. Quem
gostaria de se arriscar, cumprimentando um aparente conhecido e não ser
correspondido? Onde não há conhecimento, também não há confiança, logo não há
espaço para interação.
De maneira análoga é o
nosso relacionamento com Deus. Todos os dias nós levantamos, e realizamos
atividades habituais. Ao longo do dia, Deus, por meio do seu Santo Espírito,
tenta se relacionar conosco. Contudo, quando não existe intimidade com Ele, nós
continuamos a realizar as atividades. Sabemos que, de alguma forma, O
conhecemos, essa voz é familiar, a presença não é estranha. Mas a falta de
conhecimento provoca desconfiança, e consequentemente evitamos qualquer
relacionamento.
A igreja de Atenas estava
vivendo dessa forma. A falta de intimidade com Deus chegou a tal ponto que
“Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que
estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO” [Atos 17:23a]. Eles estavam “adorando” o
desconhecido. A voz de Deus era ouvida, sua presença sentida, e seu Espírito
buscava relacionar-se com eles, mas eles não estavam dispostos a confiar, já
que não o conheciam. Não estavam dispostos a confiar no Conhecido desconhecido.
Todos os dias somos
convidados a nos relacionar com Deus. A cada instante Ele nos chama para
momentos únicos de intimidade. Mesmo em meio a agitação do dia-a-dia é possível
escutar a voz do Espírito Santo. Temos apenas que quebrar nosso senso comum,
que nos impede de confiar no desconhecido. Mas será que Deus é realmente
desconhecido para nós?
“Mas tu és nosso Pai,
ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó SENHOR, és
nosso Pai; nosso Redentor desde a antiguidade é o teu nome. [Isaías 63:16].
“Vede quão grande amor nos
tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não
nos conhece; porque não o conhece a ele”
[1 João 3:1].
Somos filhos de Deus,
sendo assim somos plenamente conhecidos por nosso Pai. Não há necessidade de
desconfiança. Ele nos conhece antes mesmo de nosso nascimento.
Onde não há intimidade
não há confiança. Sendo assim, viva a intimidade com o Senhor, e confie no Pai!
por Jônatas Kaizer
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