28 de junho de 2012

Príncipes nas montanhas - Marina Senra


De vez em quando vem uma dessas vontades de largar tudo, pegar uma mochila e ir pro outro lado do mundo, fazer alguma coisa, viver uma aventura. Junto com essa vontade, sempre vem um forte sentimento de inconformidade, de que eu não faço nada, de que aquela vontade de mudar o mundo nunca esteve tão morta na minha vida. 

Nesses momentos, eu sempre paro para pensar nas pessoas que tiveram a mesma vontade, mas que correram atrás para que isso fosse mais que um desejo. Pessoas que, realmente, abriram mão do que quer o prendessem no mundo-nosso-de-todo-dia e foram, com a cara e com a coragem, enfrentar um pouco da vida real. 

É difícil pensar que alguém faria isso, certo? Afinal de contas, com tantos privilégios e obrigações, o que será que levaria um jovem a deixar isso tudo de lado e ir atrás de pessoas que nem sequer sabem o que são privilégios? Conhecem apenas as obrigações: obrigação de cuidar da família, obrigação de seguir determinada religião, obrigações impostas pelo governo... Resumindo, são pessoas em busca de liberdade, mas não essa liberdade que a sociedade prega, livre de deveres. Buscam uma liberdade que eles não vão conhecer em seus rituais ou religiões. A liberdade que procuram é, muitas vezes, levada por esses jovens que se dispõem a abrir mão dos privilégios e vão, com uma Bíblia debaixo do braço e uma vontade imensa de fazer alguma diferença, não importa aonde seja.

Já ouvi diversos relatos sobre esses jovens. A maioria não esperou enriquecer ou se casar para então fazer algo significante, muito menos veio de famílias ricas que poderiam bancar suas andanças. Munidos com suas armas, se enfiaram em cavernas, montanhas, buracos, os lugares mais improváveis do mundo para apenas levar a liberdade que Cristo oferece a todos. Na Bíblia, vemos que Deus nos coroou de honra e glória, nos fazendo um pouco menores do que os seres celestiais. Alguns se conformam com essa condição. Outros levam essa honra e glória até os confins da terra, para que mais pessoas se juntem ao reino de Cristo. São os príncipes nas montanhas, que não ficaram assentados em seus tronos, mas deixaram a coroa de lado e foram fazer o nome de Deus conhecido.

Ainda estou aqui, vivendo a rotina casa-faculdade-igreja, mas fazendo o possível para que Deus me dê o privilégio de brilhar a glória dEle, não importa onde eu esteja. Se um dia vou parar nessas montanhas? Não sei, sinceramente, não sei. Mas, não é isso que vai me parar, certo?

Um salve para os missionários, pastores e obreiros anônimos, espalhados pelos cantos do mundo! 

“Quão formosos sobre os montes são os pés do que anuncia as boas-novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que proclama a salvação, que diz a Sião: teu Deus reina.” (Isaías 52:7)

por Marina Senra

26 de junho de 2012

Grande comissão

Este é o nosso trabalho como Igreja: fazer discípulos. Ter discípulos é muito mais que ter alunos, é ter seguidores que darão continuidade aos ensinamentos. Jesus não deixou essa ordem sem ter ensinado como fazer seus discípulos conviverem com Ele por três anos e, durante esse tempo, aprenderam diariamente: ouvindo, observando e sentindo o seu poder. Cristo viveu entre eles e os ensinava através do seu jeito e de seus atos.

A Grande Comissão deixada por Cristo não é apenas a de pregarmos o evangelho com palavras, mas através da nossa vida. Foi assim que Jesus ensinou seus discípulos. Uma vez li uma frase do Pr. Ariovaldo Ramos que dizia: "Jesus queria e que que, ao mesmo tempo em que a gente esteja falando Dele, a pessoa que nos ouve O esteja observando em nossas vidas, assim como, esteja sentindo no seu coração o calor que as palavras Dele produzem".

Jesus deixou a Grande Comissão para seus discípulos, seus seguidores que O conheceram de perto, aprenderam e viveram com Ele. E nós? Como podemos anunciar quem não conhecemos? Se somos discípulos e queremos fazer seu trabalho, precisamos conhecer a Cristo, aprender e viver com Ele. Isso significa passar um tempo com Jesus, através da oração e do estudo da Palavra. Assim, a cada dia, vamos nos tornando mais parecidos com Ele e o mundo O conhecerá através de nós.

Até parece um trabalho simples, mas não é. Se fosse simples, poderíamos fazer sozinhos. Mas a Comissão só pode ser realizada através do poder do Espírito Santo (Atos 1: 4, 5, 8). A espantosa tarefa de multiplicarmos os discípulos de Cristo pelo mundo todo só pode ser feita com Ele e, aos seus discípulos, Jesus prometeu estar junto até o fim dos tempos (Mateus 28:20)!

Em Atos 1:8, lemos que o evangelho deve ser anunciado "em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra", ou seja, no mundo todo e ao mesmo tempo. Esse trabalho não é só dos missionários, mas também é pra você. Vou terminar citando mais um texto do Pr. Ariovaldo Ramos: "Missão é assim: quem não é chamado a atravessar fronteiras, é chamado a anunciar em sua Jerusalém; quem não é chamado a ir para além das fronteiras, é chamado a enviar missionários, que significa interceder por eles e sustentá-los financeira e emocionalmente".

"Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor." - C. H. Spurgeon

por Estevão Medeiros - Coordenador do Underground Brasil

* Texto publicado no Fanzine Underground - julho/2012

21 de junho de 2012

Ponto de retorno - Jônatas Kaizer


Você já teve a oportunidade de observar o painel de uma aeronave? São inúmeros os aparatos eletrônicos, que servem para auxiliar o piloto e manter o avião em plenas condições de voo.  Dentre esses indicadores, um deles me chamou a atenção, o ponto de retorno seguro. Trata-se de um dispositivo acoplado ao tanque de combustível, que mostra a quantidade mínima de combustível necessária para voltar ao ponto de partida. Sendo assim, se o piloto ultrapassar essa marca, ele corre sérios riscos de não conseguir retornar a base de maneira segura.

O ponto de retorno seguro recebeu maior destaque durante a Segunda Guerra Mundial, quando os pilotos japoneses, Kamikazes, descarregavam todo arsenal bélico na batalha, e depois utilizavam as próprias aeronaves como artilharia, pois haviam ultrapassado a marca de segurança, não sendo mais possível retornar a base.

Muito antes de sua criação, o ponto de retorno foi descrito, “E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” [Lucas 9:62], e também, “Qualquer que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, salvá-la-á” [Lucas 17:33]. Essas duas passagens nos revelam que a caminhada cristã também possui certos pontos de segurança, ou seja, até determinado patamar estaremos seguros, e poderemos retornar tranquilos. Entretanto, se ultrapassarmos esse nível, não haverá certeza de segurança.

As pessoas geralmente preferem permanecer em suas áreas de conforto, onde há segurança e tranquilidade. Dificilmente o ser humano está disposto a correr algum risco, e, portanto qualquer alternativa mais ousada é chamada de loucura. É exatamente nesse ponto divergente que surgem os verdadeiros cristãos, pois eles estão dispostos a sacrificar tudo, até mesmo sua vida pela causa de Cristo. Poderíamos citar o nome de inúmeros homens e mulheres que se dedicaram totalmente a obra da fé, contudo vamos nos ater a vida de um deles, Paulo.

Paulo abriu mão de tudo para viver uma vida de acordo com a vontade de Deus. Disse ele, “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” [Filipenses 3:8]. Ele decidiu avançar, ir além da zona de conforto, ultrapassar o ponto de retorno seguro, tanto que ele diz, “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho [Filipenses 1:21].

Esse mecanismo fantástico é capaz de despertar em nós um questionamento: seríamos capazes de ultrapassar o ponto de retorno em nossas vidas, ou seja, estamos dispostos a arriscar tudo pela causa de Cristo?

por Jônatas Kaizer

19 de junho de 2012

O plot point da nossa vida - Alexia Baeta


Sabe quando você está assistindo a um filme ou lendo um livro e de repente acontece algo que muda completamente o rumo da história, a ação começa a acontecer de fato? Esse momento é conhecido na linguagem cinematográfica por PLOT POINT (ponto de virada). Assim como nos filmes, nós também passamos por um plot point: o momento em que tomamos a decisão de caminhar com Cristo, e é nesse ponto que a direção da nossa vida muda.   

"E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas." 2 Co 5:17

A partir desse momento, acontece realmente uma virada, o nosso olhar para as coisas do mundo é diferente. Nossos valores mudam, a verdade para nós é a Palavra de Deus, nossa alegria já não se baseia mais nos prazeres do mundo, mas em Deus. Da mesma forma, Paulo teve seu plot point na estrada para Damasco e, daquele momento em diante, ele não era mais o mesmo. Ele passou a ter uma vida submissa à vontade do Senhor, se tornou um portador do nome de Cristo e se esvaziou de tudo para se encher do Espírito.
Será que temos aproveitado de fato nossa vida "pós-virada", como Paulo?

Nossa performance deve ser buscar agradar o coração de Deus, conhecê-lo mais, viver conforme a vontade dEle, sermos instrumentos nas mãos dEle. A direção que agora nós temos que seguir é para o alvo. "Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." Fp 3:13-14

por Alexia Baeta

14 de junho de 2012

Meu fariseu de estimação - Carol Santana


_ Shh!!! Ele ainda tá aí!

_ Ahh Jesus! Sério? Eu pensei que meus problemas com ele tivessem acabado na última batalha!

_ Não... Ele ainda está aí! Tenho certeza que eu o escutei!

_ Peraê! Eu também, ouvi! Ele está aqui, falando demais como sempre.
E agora, Jesus? O que eu faço?

_ Lembra o que te falei sobre aquela cruz?

_ Sei...

_ Você deixou ela encostada naquele canto, lembra?

_ Sim... eu lembro! Mas na época ela estava tão leve que eu achei que daria conta de carregar quando quisesse! Eu vou lá buscar ela! Não precisa ajudar não, Jesus eu dou conta! ; ]

_ Okk! Mas estou aqui! É só chamar!

Algum tempo depois...

_ Jesus!

_ Oi?

_ Você pode vir aqui me ajudar? Acho que trocaram minha cruz por outra mais pesada! Minha cruz não era tão pesada assim!

_ Ahh Carol! Você não quis carregar sua cruz na hora certa. Você esqueceu que com pecado não se brinca?
Se você demora para resolver o problema, ele cresce. E isso só complica as coisas! A cruz está mais pesada  por que o peso dela é equivalente ao peso do seu pecado e dilemas!

_ E agora, Jesus o que eu faço? O fariseu está crescendo cada vez mais. A cruz está pesada. Sozinha eu não dou conta! Eu não vou conseguir!

_ Calma! Eu tenho um plano! Troque de fardo comigo! (Mt 11.28-30)

_ Ahh... agora sim! Agora eu consigo! Mas e quanto o fariseu?

_ Ande mais perto de mim. Tente me imitar. Seja parecido comigo. Não siga os padrões desse mundo (Rm 12.2). Nunca me dei bem com fariseus. Se você estiver bem pertinho de mim e se parecer cada vez mais comigo, esse fariseu não vai resistir! Ele irá embora correndo!

*O diálogo acima é fictício, mas ao mesmo tempo real. O fariseu, o pecado e o dilema citados acima existem. Eles estão vivos dentro de mim. Mas por outro lado, Cristo e a cruz são reais também. ELE não me deixou só nessa batalha. Não é fácil carregar minha cruz. Ela é pesada. Mas Jesus trocou de fardo comigo há 2 mil anos. Por causa do sacrifício e amor Dele tudo ficou mais fácil. Tudo que eu preciso fazer para acabar com meus inimigos é andar perto do meu Senhor. Não há fariseu nesse mundo que consiga permanecer de pé na presença de Jesus

por Carol Santana

12 de junho de 2012

Nosso objetivo maior é a glória de Deus

Diferente de Moisés, não precisamos usar o véu sobre o rosto (II Co. 3:13). Moisés decidiu usá-lo porque o brilho da glória foi desaparecendo, e ele não queria que o povo percebesse, isso porque o brilho dependia da exposição de Moisés à glória de Deus. Uma vez que ele não estava mais exposto, porque teve de descer do monte, o brilho foi, naturalmente, desaparecendo.

E por que não precisamos usar esse véu? Porque a gente está sempre diante da glória do Senhor, não precisamos ir a nenhum lugar especial para ficarmos expostos à glória do Senhor. A gente pode e deve estar o tempo todo diante da glória do Senhor, logo, depende só da gente. Só não fica exposto à glória do Senhor quem não quiser.

E como a gente faz para se expor e manter-se exposto? A gente já está exposto, portanto, a primeira coisa que devemos desenvolver é essa consciência: estamos sempre diante da glória do Senhor, tudo o que a gente pensa, fala e faz é diante Dele. Em segundo lugar, temos de transformar tudo que pensamos ou fazemos num culto ao Senhor, conscientes de que pensando ou agindo estamos sempre diante Dele. Daí a gente tem de se portar de modo digno de quem está na presença do Senhor, logo, certos pensamentos e sentimentos têm de ser rechaçados de cara (Ef. 4:31, Cl. 3:5-9), porque não são dignos de quem está na presença da glória do Senhor, e tudo que fizermos tem de ser do jeito que Deus gosta (Cl. 3:23).

O que é a glória do Senhor? É a forma como o Senhor nos mostra a nós. Contemplamos a glória do Senhor e somos transformados à imagem Dele. Porém, olhamos a glória do Senhor como quem se olha no espelho, e a gente se olha no espelho para se acertar. Logo, contemplar a glória do Senhor é olhar para a imagem com a qual ele se nos apresenta, de modo a nos acertamos a partir dessa imagem, para ser cada vez mais parecido com a imagem que estamos vendo.

De que forma o Senhor se apresenta a nós? Segundo Apocalipse 5:6, como Cordeiro. Quando o ancião se aproximou de João para dizer-lhe que não precisava mais chorar, disse-lhe que o Leão da tribo de Judá havia vencido e estava apto para tomar o livro e abrir-lhe os selos. Porém, quando João se levantou para ver o Leão, viu o Cordeiro. Jesus, para o céu, é o Leão, mas, para nós é o Cordeiro (aliás, em Apocalipse, Jesus é citado como Leão uma vez e, como Cordeiro, 31 vezes). Jesus se apresenta a nós a partir de Sua humilhação e apresenta a Sua humilhação como modelo de vida para nós, como disse Paulo em Filipenses 2:5-8. Jesus sempre se apresenta a nós como Cordeiro e demanda que vivamos também como cordeiro, e viver assim é que é adorar ao Senhor.

Pr. Ariovaldo Ramos

publicado no FanZine Underground - junho/2012

5 de junho de 2012

Interesses - Thiago Brandão




Você já parou para pensar que o mundo gira por causa dos interesses?! Reflita sobre seus relacionamentos: você é mais “chegado” nas pessoas que você tem interesses em comum (torcida organizada, clubes de carro, por exemplo) e nas pessoas que possam te oferecer algo que te interessa (uma pessoa rica, ou uma pessoa inteligente, ou uma pessoa do sexo oposto que você queira namorar). Todas as ações do mundo são com base em interesse. Se uma pessoa trabalha, ela tem interesse em ter dinheiro, ela quer ter dinheiro, pois tem algo que ela tem interesse em comprar, ela quer comprar, pois o objeto tem alguma coisa que despertou o interessante dela, e assim por diante.

Agora eu te pergunto: qual o seu maior interesse? Qual a sua meta de vida? Existem pessoas que querem ter filhos, outras que querem casar, umas que querem ser ricas e umas que querem estar mais perto de Deus. Qual é você? Você pode até me falar que tem dois interesses, ter uma família e estar mais perto de Deus.

Havia um homem chamado Abraão que tinha os mesmos interesses que você. Ele era casado com Sara, e ela não conseguia engravidar. Quando Abraão tinha cem anos e Sara noventa, Deus fez uma promessa a Abraão, que ele teria um filho com Sara e o filho se chamaria Isaque. Quando Isaque nasceu, Deus fez o seguinte pedido a Abraão: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.” (Gn 22:2). Abraão pegou Isaque e um pouco de lenha e foi fazer o que o Senhor lhe pediu. Abraão era uma pessoa que temia o Senhor e tinha mais interesse em servir e obedecer ao Senhor do que possuir um filho, do que possuir uma família. E você faria o mesmo que Abraão?

Em vários lugares na Bíblia você vai encontrar que acima de tudo e de todos, o seu interesse principal tem que ser Deus.

"Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." Mt 6.33

"E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento." Mt 22:37/Mc 12:30/Dt 6:5

"Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim." Mt 10:37

Você ainda tem dúvida de qual tem que ser o seu maior interesse? Uma pessoa disse certa vez: “Quando a única coisa que você tiver for Deus, você vai perceber que Ele era a única coisa que você precisava ter.”

O dinheiro perde a graça, pode acabar. A família pode te deixar, pode morrer. Os amigos te deixam, esquecem de você. Os seus bens desgastam e acabam, perdem o valor. Deus sempre estará lá, de braços abertos para você. Espero que os seus interesses mudem antes que seja tarde de mais.

por Thiago Brandão