12 de abril de 2012

Marcas - Marina Senra


Quando eu tinha três anos de idade, caí de uma escada e arrebentei minha boca no chão. As consequências desse pequeno desastre estão presentes na minha vida até hoje, com idas intermináveis ao dentista e incontáveis aparelhos nos meus pobres dentes. É uma marca que eu vou levar para o resto da minha vida: meu dentista já me deu um milhão de conselhos, que eu terei que lembrar para todo o sempre e sempre, amém.
                
As marcas deixadas por essa caída vão ficar em mim para sempre. Mas, a partir desse pequeno exemplo, é uma boa parar para pensar quais marcas nós vamos deixar para esse mundo. Do mesmo jeito que a escada-do-mau conseguiu deixar sua marca em mim, penso se conosco é tão diferente. Afinal, qual vai ser o sentido de tudo se nós passarmos por esse mundo sem deixar uma marca sequer, um legado, por menor que ele seja? Tenho ouvido falar muito sobre marcar a nossa geração, e admito que esse é um assunto que chega a incomodar, porque nos desafia a sair do nosso reino de conforto para dar a cara à tapa, fazer alguma coisa.
                
Todo jovem tem esse sonho de mudar o mundo, não tente negar. Descobrir a cura de alguma doença, dar um lar para os moradores de rua, defender os fracos e oprimidos... são coisas que passam na cabeça de qualquer pessoa que queira fazer alguma coisa diferente. Quando Jesus fala sobre sermos o sal e a luz desse mundo, creio que Ele queria falar isso. Temos que ser o sal que dá sabor à um alimento insípido, temos que brilhar uma luz para pessoas que só conhecem a escuridão. Mas, isso exige esforço, criatividade, sacrifício. Não são muitos os dispostos. Deixar uma marca em uma nossa geração é algo que vai deixar marcar em nós mesmos. Pode ser a marca do cansaço, a marca da tristeza quando não sabemos muito bem o que fazer. No entanto, creio que as marcas finais, as marcas que prevalecem, é a satisfação de dever cumprido, que consegue superar qualquer outra marca.
                
Jesus desceu da cruz com as marcas dos cravos nas mãos e nos pés. Foram marcas que doeram, mas que significam a salvação da humanidade. As marcas que vamos deixar nessa geração podem até doer, mas, com Jesus, elas podem gerar luz, que vai tirar as pessoas da escuridão, guiando-as para o reino onde Cristo é a luz eterna.

por Marina Senra

Nenhum comentário:

Postar um comentário