Quando eu tinha três anos de
idade, caí de uma escada e arrebentei minha boca no chão. As consequências
desse pequeno desastre estão presentes na minha vida até hoje, com idas
intermináveis ao dentista e incontáveis aparelhos nos meus pobres dentes. É uma
marca que eu vou levar para o resto da minha vida: meu dentista já me deu um
milhão de conselhos, que eu terei que lembrar para todo o sempre e sempre,
amém.
As
marcas deixadas por essa caída vão ficar em mim para sempre. Mas, a partir
desse pequeno exemplo, é uma boa parar para pensar quais marcas nós vamos
deixar para esse mundo. Do mesmo jeito que a escada-do-mau conseguiu deixar sua
marca em mim, penso se conosco é tão diferente. Afinal, qual vai ser o sentido
de tudo se nós passarmos por esse mundo sem deixar uma marca sequer, um legado,
por menor que ele seja? Tenho ouvido falar muito sobre marcar a nossa geração,
e admito que esse é um assunto que chega a incomodar, porque nos desafia a sair
do nosso reino de conforto para dar a cara à tapa, fazer alguma coisa.
Todo
jovem tem esse sonho de mudar o mundo, não tente negar. Descobrir a cura de
alguma doença, dar um lar para os moradores de rua, defender os fracos e
oprimidos... são coisas que passam na cabeça de qualquer pessoa que queira fazer
alguma coisa diferente. Quando Jesus fala sobre sermos o sal e a luz desse
mundo, creio que Ele queria falar isso. Temos que ser o sal que dá sabor à um
alimento insípido, temos que brilhar uma luz para pessoas que só conhecem a
escuridão. Mas, isso exige esforço, criatividade, sacrifício. Não são muitos os
dispostos. Deixar uma marca em uma nossa geração é algo que vai deixar marcar
em nós mesmos. Pode ser a marca do cansaço, a marca da tristeza quando não
sabemos muito bem o que fazer. No entanto, creio que as marcas finais, as
marcas que prevalecem, é a satisfação de dever cumprido, que consegue superar
qualquer outra marca.
Jesus
desceu da cruz com as marcas dos cravos nas mãos e nos pés. Foram marcas que
doeram, mas que significam a salvação da humanidade. As marcas que vamos deixar
nessa geração podem até doer, mas, com Jesus, elas podem gerar luz, que vai
tirar as pessoas da escuridão, guiando-as para o reino onde Cristo é a luz
eterna.
por Marina Senra
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