Sou surpreendida todas as vezes que leio nos jornais as atrocidades cometidas diariamente. Homicidas capazes de cometer crueldades contra familiares e amigos. É lamentável como pode a maldade do homem levar a cabo crimes bárbaros por motivos banais.
Paulo relata o tipo de depravação que vemos hoje no mundo: "Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus." (2 Tm 3:2-4)
Expressou bem C. S. Lewis em seu livro "Cartas do diabo ao seu aprendiz", o que o prazer excessivo provoca no nosso corpo carnal. É "Um desejo sempre maior por um prazer sempre menor". A busca desenfreada por um prazer excessivo provoca a perda de sensibilidade. A sociedade hedonista na qual vivemos não é nada diferente do que Paulo relata: "Tendo perdido toda sensibilidade, eles se entregaram à depravação, cometendo com avidez toda espécie de impureza." (Ef 4:19)
Na Grécia Antiga, os cidadãos denominavam a Polis, ou seja, a cidade como koinonia – Comunidades dos iguais. A ágora era uma praça principal onde aconteciam os julgamentos e onde todo cidadão tinha direito de se posicionar sobre determinado assunto que dizia respeito à cidade e ainda votavam sobre tais questões. A Polis buscava uma vida justa e feliz que dependia de serem governados por cidadãos justos e bons.
A ideia de Democracia com expressiva participação popular que buscamos hoje a partir do que se desenvolveu em Atenas é uma visão deturpada. A Bíblia diz que " Todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer" (Sl 53:3). A própria sociedade grega que se intitula comunidade dos iguais excluía escravos e mulheres da participação das decisões sobre a cidade.
Em se tratar de viver bem em sociedade prefiro me recorrer a Bíblia: "Somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniqüidades nos levam para longe." (Isaías 64:6)
O nosso senso de igualdade é imperfeito. Nós não sabemos julgar alguém ou qualquer situação. Não adianta tentarmos criar um conjunto de leis severas o bastante para corrigir as atrocidades da humanidade. A nossa sociedade se torna um caos exatamente quando o mundo perde a referência de Deus.
Como disse Abraham Lincoln: "É impossível governar corretamente o mundo sem Deus e sem a Bíblia". Se uma nação não for pautada na Palavra de Deus nós vamos definhar. O temor do Senhor torna o homem prudente. Um homem que é prudente não coloca em risco a vida de pessoas dentro de um carro dirigindo alcoolizado e muito menos tira a vida de alguém depois de uma discussão sem sentido.
Há uma solução para tudo isso. Um padrão nada ideal absolutamente possível de ser aplicado - o padrão de Jesus. Na realidade a intenção de Cristo era de que fossemos o padrão de um mundo sem protótipo. A proposta era que nós vivêssemos em renúncia aos desejos carnais a fim de sermos exemplo de perseverança para os outros. O convite de Jesus é para que você seja luz. Todos estarão olhando para você. Logo, você deve ter um bom padrão e uma conduta irrepreensível.
Talvez você esteja imaginando Deus como um senhor carrasco que permite ao homem sentir prazer, mas torna isto um pecado. Acredito que esta seja uma concepção equivocada. Eu vejo um Deus bondoso que deu ao homem o prazer para que ele pudesse se deleitar nas obras do Criador do universo. Contudo, o homem em seus excessos transformou o agradável em depravação. Deus limita o desejo para o nosso benefício já que Ele sabe que somos seres pouco sábio na tomada das próprias decisões.
Em uma sociedade depravada carecemos de bons exemplos de amor, hospitalidade, cidadania. Cristianismo não se resume em assuntos escatológicos ou sentar com alguns amigos para discutir teologia. Cristianismo é diligência altruísmo, simpatia, amabilidade, bondade. Estas sim são características de um cidadão que busca bondade e justiça.
Carol Leonel